terça-feira, 9 de novembro de 2010

SOBRE TEXTOS NOVOS, SALÁRIO DO LULA, DA DILMA E ...

Me desculpem por não postar textos meus. É que estou sem tempo pra postar, mas o blog não pode parar e há coisa que, mesmo sendo impublicáveis do ponto de vista ético, têm que ser alardeadas aos quatro ventos. Como essa materiazinha aí de baixo. Leia e segure o estômago.

"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira que é "justo" e "necessário" o reajuste dos salários do Executivo e do Legislativo.

Lula argumentou que o fim da legislatura é o momento certo de aprovar aumento de salários.

Segundo reportagem publicada hoje na Folha, deputados e senadores já defendem aumentar os próprios salários e, por tabela, reajustar também o da presidente eleita, Dilma Rousseff (PT).

Lula endossa o argumento. Para ilustrar, lembrou de episódio que ocorreu quando foi eleito em 2002, ano em que o Congresso reajustou seus vencimentos e desconsiderou a Presidência da República. Irritado, afirmou que foi vítima de "sacanagem".

"Fizeram uma sacanagem comigo, em 2002. Aprovaram [aumento] só para a Câmara e para o Senado e não aprovaram para o presidente da República. Eu não reclamei", disse o mandatário durante viagem a Moçambique, na África.

Lula contou que no dia 2 de janeiro, logo depois de assumir o mandato, o então presidente do Senado Ramez Tebet (PMDB-MS), já falecido, foi à sua sala dizer que tinha encontrado uma brecha para garantir reajuste.

"Eu respondi: olha, meu filho, pode deixar prá lá porque eu não quero como primeira medida um aumento do presidente. Fique tranquilo. Ganho pouco, mas ganho mais do que ganhava na Vilares [metalúrgica que Lula trabalhou em SP]. Fique tranquilo.""

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

É UM SUCESSO TÁTICA DO MEC PARA DESMORALIZAR ENEM

É de impressionar o zelo e o custo com que o Ministério da Educação exerce a incompetência ao gerir o Enem. Convocada, a rapaziada compareceu a mais uma rodada do exame. Uma parte saiu da prova com uma questão irresolvida. Coisa de múltipla escolha:

Letra A: O MEC faz muito mal todo o bem que faz aos estudantes.

Letra B: O MEC faz muito bem todo o mal que faz aos estudantes.

Letra C: Todas as alternativas alteriores.

A encrenca concentrou-se no sábado (6). A prova trazia questões repetidas. Faltavam-lhe outras questões. Na folha de teste, a sequência de perguntas era uma. No cartão de respostas, outra. Um espanto!

A encrenca ganhou a web. Tornou-se assunto instantâneo das redes sociais. O MEC foi ao incêndio munido de gasolina. A equipe do ministro Fernando Haddad (Educação) pendurou no twitter da pasta uma nota ameaçadora e deseducada:

“Alunos que já ‘dançaram’ no Enem tentam tumultuar com msgs nas redes sociais. Estão sendo monitorados e acompanhados. Inep pode processá-los”.

A fogueira subiu. E o time do Inep desceu ao twitter. Dessa vez, munido de uma seringa de água:

“Acompanhamento do twitter: monitoramento do Inep diz respeito a quem dizia utilizar celular durante a prova, e não aos comentários na rede”.

Em entrevista, o presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), Joaquim José Soares Neto, soou satisfeito. Para ele, o Enem-2010 foi "um sucesso". Como assim? “É um processo complexo e, portanto, passível de falhas. Se houve equívocos, vamos apurá-los”.

O “sucesso” foi tamanho que a OAB aconselhou às felizes vítimas que batam à porta do Ministério Público.

Como parte do êxito, o mandachuva do Inep informou que vai ao ar, na quarta (10), formulário virtual para a requisição de alunos que quiserem reordenar suas respostas.

De resto, o professor Soares Neto disse que pode ser oferecida aos felizardos a oportunidade de uma nova prova, a ser aplicada em dezembro.

No início de 2009, o ministro Haddad anunciara uma bela novidade: o MEC ofereceria à estudantada a oportunidade de prestar dois exames por ano. Com isso, seria reduzida a TPV (Tensão Pré-Vestibular). Era lorota marqueteira. As provas do ENEM foram furtadas, vazadas e adiadas. Em 2010, nada de dois exames. O “sucesso” veio de uma única vez. Meses antes, o Inep já havia cavalgado outro lance esquisito. Descobriu-se que os dados pessoais de 12 milhões de estudantes, que o instituto deveria guardar em segredo, estavam ao alcance de um clique de mouse. Na ocasião, o professor Soares Neto demonstrara o mesmo desapreço à autocrítica: o vazamento "não afeta de forma alguma a credibilidade do Inep".

De fato, nada parece afetar a “credibilidade” do MEC. Ali, a incompetência é exercida, por vezes, com a máxima competência.

Blog do Josias