terça-feira, 29 de setembro de 2009

RELIGIÃO E POLÍTICA - O TEXTO

Sei que este texto é extenso, mas não seria possível reduzir esse assunto à poucos versos. Leia, pense e comente. Vale a pena!

A violência está presente em nosso cotidiano – inclusive assumindo formas dissimuladas. Ela reina na periferia das grandes cidades, envoltas numa guerra civil diária não assumida pelas autoridades; ela é prevista e legitimada no poder político, isto é, constitui uma das funções do Estado, mesmo o democrático. Qual Estado pode abrir mão do recurso da coerção e de todos os meios necessários para forçar os cidadãos a obedecer a ordem dominante?

Tudo isso parece não existir para determinados indivíduos que vivem no mundo das nuvens e reduzem as contradições sociais à eterna luta do bem contra o mal. Como que num transe coletivo, mas que paradoxalmente objetiva a salvação individual, estes guardiões da moral e dos bons costumes adotam uma postura apolítica e voltam-se para o intimismo. São profetas bem intencionados que constroem a cidade de Deus, isto é, cuidam das suas almas. As questões sociais que assolam este país passam ao largo. Sobram discursos que garantem audiência e, por trás da histeria coletiva e individual, cada um busca sua própria salvação, ainda que afirmem amar ao próximo! Eles se aglomeram e oram, mas se limitam ao individualismo egoístico espiritualizante.

Ledo engano! A individualização das soluções para problemas terrenos, sociais, econômicos e políticos, deslocados para um plano transcendental e intimista também cumpre um papel político: alivia a pressão e funciona como uma espécie de anestesia coletiva. Afinal, este intimismo religioso não questiona a realidade social desigual e desumana, nem inquire sobre os responsáveis por tal situação. Induz ao conformismo! Que se entregue à divindade o bônus e o ônus! Ele assim o quis, assim o será! Que as coisas permanecem como estão; a nossa recompensa está no além. Essa mensagem de resignação é mais antiga do que parece. [4] Ontem como hoje, os poderosos agradecem a tais profetas.

Eis como a religião no mundo atual adentra na política: afastando-se desta ou procurando instrumentalizá-la em nome de uma moral fundamentalista. Esta postura individualista e/ou conservadora é a resposta aos que vêem na religião uma força que deve se aliar à política para construir o reino de Deus aqui na terra, mas numa perspectiva coletivista e que pressupõe uma opção política pelos pobres e oprimidos.

O senso comum diz que religião e política não se discutem. Pelo contrário, precisamos refletir sobre a relação entre violência e política e, por outro lado, entre estas e a religião. Um simples olhar sobre a história da humanidade evidenciará a simbiose existente entre política, religião e violência. Como podemos esquecer, por exemplo, a barbárie dos ‘santos inquisidores’ de ontem e de hoje, uns em nome de Deus, outros em nome da razão do Estado? E o horror da noite de São Bartolomeu? Que seria dos conquistadores da nossa América se não utilizassem os recursos da Santa Madre? Seria a violência política suficiente para subjugar os povos dessas terras? E não foi a religião o cimento ideológico que justificou barbaridades como a escravidão do negro e a submissão secular da mulher? O puritanismo protestante foi empecilho para a dizimação dos povos indígenas na América do Norte? E as risíveis cenas, se não fossem trágicas, de religiosos, de um e outro lado, santificando exércitos em guerra?

Gostemos ou não, política, violência e religião entrelaçam-se em diversos contextos históricos. Há mesmo determinadas circunstâncias onde estão de tal forma amalgamados que é difícil distinguí-los. Assim, a luta entre o Parlamento e a Coroa inglesa no século XVII parece, ao estudioso desavisado, simples disputa religiosa entre puritanos, anglicanos e católicos. O mesmo podemos observar quanto ao conflito histórico entre protestantes e católicos na Irlanda e entre palestinos e israelenses no oriente médio. Em ambos os casos, fatores político-sociais secularmente sedimentados e influenciados pelas mudanças na política internacional produziram realidades complexas com problemas aparentemente insolúveis fora do recurso à violência. E mesmo quando busca-se uma solução pacífica, resultante das pressões políticas internas e externas dentro de uma nova realidade internacional, a violência não está descartada. E tudo parece uma disputa religiosa...

Os exemplos são muitos. Podemos encontrá-los inclusive em nossa história. Para não nos alongarmos, lembremos apenas que nossa frágil democracia conheceu poucos períodos onde pôde desenvolver-se pacificamente. Na República Velha, a oligarquia cafeeira tratou a questão social como caso de polícia e teve que enfrentar a revolta armada da classe média da época: o movimento tenentista. Esse movimento gerou a ‘Revolução de 30’, um ato violento que, entre outras coisas, fecundou o Estado Novo. Na ditadura estadonovista de Vargas, cristãos que simpatizavam com os americanos ou com os nazi-fascistas se uniram contra o inimigo comum, identificado com o próprio demônio na terra: o comunismo. A política, de novo, recorreu aos valores morais-religiosos para justificar o regime de exceção e a repressão.

Na segunda metade dos anos 40 tivemos a ilusão democrática da legalidade para os comunistas. Parecia então que o demônio fora exorcizado. Sabemos o final desta história: nova onda repressiva, ilegalidade, clandestinidade. A democracia da guerra fria, em nome da liberdade e dos valores democráticos, inverte a ordem dos valores: antidemocráticos são os outros, os comunistas. Dessa vez, porém, não precisou recorrer à religião (pelo menos não diretamente).

Em 1964 a religião foi novamente utilizada na cruzada contra os esquerdistas — o que na época significa avanços das lutas dos trabalhadores. As madames católicas saíram às ruas em marcha fortalecendo a base social golpista; a cúpula da Igreja silenciou e/ou apoiou os golpistas. Mas, também é verdade que setores minoritários dessa mesma Igreja adotaram uma postura corajosa e favorável aos explorados e oprimidos, contra o golpe militar, pela democracia e por uma sociedade justa e igualitária. De qualquer forma, política, violência e religião mesclam-se.

Política e violência unem-se ainda na resistência ao golpe. De um lado a repressão militar, as torturas, os desaparecimentos de filhos e filhas da nossa terra; de outro, a ilusão de que o povo enfrentaria em armas a ditadura militar impulsionado pelo exemplo da sua vanguarda. Às mães e pais desses jovens que sucumbiram nas garras do aparato repressivo estatal e paraestatal restaram a dor e a triste realidade de quem nem tem o corpo querido sobre o qual chorar. Para os que professam a fé restava o consolo da religião.

A democracia que temos foi regada com sangue. Não podemos esquecer o passado. Temos a obrigação de legar às futuras gerações uma história que, quando muito, é tratada nos livros e bancos escolares. Lembremos dos que, com erros e acertos (mas só erra quem age) dedicaram a vida ao povo, ao sonho de uma vida melhor para os excluídos da cidadania. Ontem tratados como terroristas, hoje como subversivos e outros epítetos. Seus nomes são vários. Lembremos de dois: Carlos Marighella, assassinado pela ditadura em 04 novembro de 1969; e, Santo Dias, assassinado pela polícia sob o governo Maluf em 30 de outubro de 1979. Um, guerrilheiro e comunista; outro, operário metalúrgico, militante da Pastoral Operária. Eis a política, a violência e a religião em ação...

Achado em: http://www.espacoacademico.com.br/052/52pol.htm

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

RELIGIÃO E POLÍTICA

Isso é só um preâmbulo sobre assunto, mas quero adiantar que, por esses, dias entendi claramente a relação entre essas duas palavras. Na verdade, uma não exite sem a outra. Falarei sobre isso no próximo texto. Se quizerem, já podem opinar.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

EU NÃO SEI PORTUGUÊS

Como professora de língua portuguesa, frequentemente ouço as pessoas me dizerem que não sabem português e que têm vergonha de falar perto de mim, que devo saber a língua corretamente. Bem, primeiramente que não existe isso de falar a língua corretamente. Quer dizer, existe, sim. Falar a língua corretamente é seguir regras da língua que todos nós seguimos (quase todos, pois há exceções). Para mostrar o que estou dizendo, vou exemplificar com um trecho que seria algo incorreto desse ponto de vista.

Menino vem o casa da sua. (em vez de O menino vem da sua casa)

Isso seria um erro do ponto de vista da estrutura da língua! Coisas como “os menino”, “vende-se casas” e “nós foi” são considerados desvios de uma norma, e não um erro da língua.

Uma língua é uma estrutura muito complexa, de fato. Mas é uma estrutura complexa que ainda pequenos nós conseguimos apreender (excetuando-se alguns casos específicos) e reproduzir. Dizer que não sabe falar português porque não se sabe que a concordância do verbo ser com o seu predicativo não está perfeita é exagerar. Na hora de usar a língua para a comunicação, conseguimos nos comunicar muito bem, obrigada.

Ah, claro, existem as diferentes normas dentro da língua. Uma pessoa que tenha estudado até o nível superior não se comunica como alguém que não tenha ido à escola e não tenha hábito de leitura. Assim como uma pessoa do interior de São Paulo, trabalhador rural, de uma classe menos favorecida economicamente, não se comunica como alguém que more em zona urbana e que seja de classe média.

E, para que uma pessoa seja aceita socialmente em determinados círculos, ela precisa conhecer e usar essas diversas normas determinadas por fatores econômicos, políticos, etários, sexuais, regionais.

Enfim, é preciso entender que saber usar a língua portuguesa todos sabemos (salvo exceções de ordem cognitiva). É possível, contudo, que não conheçamos uma modalidade da língua chamada por muitos de norma culta. Mas daí afirmar que não conhecemos e não sabemos a nossa própria língua é exagerar e cair até mesmo em preconceito. E, convenhamos, não precisamos de mais preconceito do que os que já nos são tão conhecidos.

Por Marília de Melo Costa em eucritico.com.br

COMO OS TEMPOS MUDAM!

Antigamente, os homens que se auto-intitulavam "de Deus" matavam quem ousasse contrariá-los. Muitos quase foram mortos por dizer que a Terra era redonda ou que ela girava em torno do sol. Matavam impiedosamente os que conheciam o poder medicinal das plantas e que com elas faziam chás. À medida que estes "santos" envolviam-se com a política, as crueldades aumentavam e até mulheres eram queimadas vivas em fogueiras. Hoje, esses mesmos "homens de Deus" roubam descaradamente as pessoas através dos meios de comunicação, saqueiam os bolsos e as carteiras dos mais incaltos que vão aos seus templos, matam (a inteligência das pessoas) se for preciso, para conseguir uma boa oferta e nada, absolutamente nada acontece. Tudo vale quando a fé não é pequena e em nome de Deus pode tudo.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

MEU BLOG NÃO É GAY

Antes que digam que transformei meu blog num espaço engajado do movimento gay, quero dizer-lhes que não. Como disse no texto anterior, minha intenção é participar (e promover) o debate inda tão discreto quando se trata desse assunto. Decidi dedicar três esses textos - este é o último - à essa movimentação que acho nobre nos aspectos já citados. Sempre vale a pena lutar e se fazer ouvir quando a causa é justa e quando a 'luta' nos faz crescer como homens de bem.
Para encerar esse momento, deixo-lhes a letra da música Sonhos de Ícaro (Byafra). Ela fez muito sucesso nos anos 80, marcando um geração, e como disse alguém por aí, lembra do tempo em que se fazia música (boa) no Brasil. Acredito que combina bem com esse momento. Aos gays e héteros! Ouçam aqui.

Voar, voar
Subir, subir
Ir por onde for
Descer até o céu cair
Ou mudar de cor
Anjos de gás
Asas de ilusão
E um sonho audaz
Feito um balão...

No ar, no ar
Eu sou assim
Brilho do farol
Além do mais
Amargo fim
Simplesmente sol...

Rock do bom
Ou quem sabe jazz
Som sobre som
Bem mais, bem mais...

O que sai de mim
Vem do prazer
De querer sentir
O que eu não posso ter
O que faz de mim
Ser o que sou
É gostar de ir
Por onde, ninguém for...

Do alto coração
Mais alto coração...

APOLOGIA? EU, NÃO!

Alguns mais 'ortodoxos' dirão que estou fazendo apologia às práticas homossexuais (pervertidas, no seu modo de dizer). Não é isso. Quero apenas acompanhar o debate, pequeno ainda, que se abre nesses dias em que acontece a Semana da Diversidade em Rio Branco (Acre) Este é o momento do ano em que, além de festas especiais direcionadas ao público gls, se promovem discussões sobre os direitos dos homossexuais. E é exatamente sobre isso que quero falar, sobre os debates. Brasileiro, gay ou não, só sabe reclamar (na grande maioria dos casos só reclama e nada faz) seus direitos quando se sente lesado em algum deles. Com os gays a coisa fica ainda mais difícil. Vejo nos muitos lugares que frequento - academia, trabalho etc. - a dificuldade que têm algumas pessoas de entenderem que, a despeito da questão sexual, os homo afetivos são exatamente iguais à quaisquer outros cidadãos do nosso país. Vivemos um momento de intensos embates políticos, nos quais muito do que se discute se resolve na conversa e na apresentação de boas e exequíveis propostas. É o que falta para esse segmento da sociedade: discussão de seus problemas e sugestão de melhoria. Não adianta reclamar em pequenos nichos, em beira de esquina ou em mesa de bar e dizer que gay é discriminado, é xingado, é desrespeitado, que não é aceito, isso não vai resolver. Os gays - e falo dos da minha cidade - preocupam-se mais com a roupa que irão usar na festa em que o gogo-boy bonito vai se apresentar do que em participar de plenárias. Seja por medo ou vergonha, esquivam-se de um direito que também lhes pertence, o direito de falar o que pensam, de serem ouvidos, de serem, de fato, cidadãos. A Parada do Orgulho Gay será muito divertida, eu imagino, mas, mais salutar que isso, é não se ver desamparado na hora em que a coisa aperta e não há ninguém para dançar a música triste que embala difíceis momentos de quem é homossexual. E creia, embora tudo pareça ser festa, eles existem. Por isso, essa é a hora de expor razões equilibradas, argumentos plausíveis, ponderações convincentes. I WILL SURVIVE (download) terá mais sentido...

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

SER HOMOSSEXUAL É UMA OPÇÃO?

A resposta é NÃO. Até hoje não vi nenhum heterossexual acordar pela manhã e dizer "hoje quero ser gay" ou algum gay deitar-se a noite e decidir "amanhã acordarei gostando de pessoas do sexo oposto". Por incrível que pareça (não tão incrível assim se falarmos de Brasil, o país mais preconceituoso e hipócrita do mundo), ainda há quem pense dessa forma e atribua e/ou reduza as práticas homossexuais de um individuo à questão optativa.

Consideremos algumas coisas importantes: Primeiro, o homossexualismo (não para todos, é bom que fique claro) está longe de ser algo exclusivamente sexual. Estamos acostumados a levar para a cama quase todos os nossos assuntos mais importantes, e eu já disse uma vez aqui nesse espaço que o que menos deveria nos interessar nesse mundo cheio de tanta outras coisas discutíveis é a forma como goza uma pessoa. A cama está e deve ficar no quarto! O sexo homossexual é apenas uma pequena parte num conjunto amplo de manifestações de um indivíduo gay. Por isso afirmam alguns - embora não possa negar que muitos contribuíram para isso - que a imagem estereotipada de um gay é algo negativo, depreciativo, e não é.

Segundo, o homem que se relaciona afetivamente (ou não) com outro homem ou uma mulher com outra mulher buscam exatamente as mesmas coisas que buscam os ditos "normais”. Vejo nesses embates jurídicos e legislativos travados pelos órgãos de defesa dos homossexuais a intenção maior que estes seres humanos, também normais, sejam vistos como realmente são. Certa vez, li uma entrevista de Bruno Chateaubriand em que dizia que a única opção que um homossexual tem é a de assumir publicamente o desejo por alguém do mesmo sexo ou ter uma vida paralela, no mais, não há opções. Nessa mesma entrevista, ele lamenta o fato de que só é aceito pela "sociedade" por que tem uma boa condição financeira. Por isso digo que o Brasil é preconceituoso e hipócrita: Bruno é bem visto por que tem dinheiro, se não fosse assim seria apenas mais uma bichinha cheia de outros tantos apelidos maldosos e aviltantes.

Ser gay não é uma opção, mas uma condição como qualquer outra. Assim como ser branco, negro, ter olhos claros ou escuros. Não é uma anormalidade. Houve um tempo em que judeus, negros, índios, entre outros, não eram considerados 'gente' e foram mortos impunemente, sem dó nem piedade (ainda fazem isso hoje!). Agora, insistimos em matar as pessoas sufocando-as à uma condição de miséria e despojo social, motivados por nossas limitadas concepções ideológicas, políticas, religiosas e sociais. Matamos as pessoas na sua essência e essa é a pior das mortes.

Disse Bruno em sua entrevista: “Eu não tenho vontade de fazer um casamento escandaloso para chocar as pessoas, ou sair beijando na boca no meio da rua. Tenho vontade de fazer coisas simples, do dia-a-dia. Por exemplo: nós viajamos muito para o exterior e, na fila da imigração, sempre observo que casais heterossexuais se apresentam juntos na hora de mostrar os passaportes. Se há algum problema com um dos dois, o outro socorre."

Gay é isso e isso é ser normal, não é? A resposta é SIM.

domingo, 13 de setembro de 2009

De 14 a 20 de setembro: SEMANA DA DIVERSIDADE EM RIO BRANCO/AC

Certa vez, abrindo suas páginas, Carlos Drummond de Andrade disse aos meus olhos...quando digo ‘meu Deus’/afirmo a propriedade./Há mil deuses pessoais/em nichos da cidade.” Se é assim, eu não creio em um Deus que mata ou em um Deus que chama homossexuais de sujos. O meu Deus não segura na mão da intolerância a pedra imensa e pesada da verdade.

Na Semana da Diversidade, homossexuais não matarão seu semelhante, porque, do semelhante, eles desejam o corpo para o gozo, para o beijo, para o amor. Que homens beijem seus homens e que mulheres beijem suas mulheres sem perder na intimidade a dignidade humana, e essa dignidade não se encontra no orifício.

Conheço muitos homossexuais mais dignos que heterossexuais. O meu Deus não olha para o rabo dos outros.

Adaptação do texto Nessa semana, Deus também é gay de Aldo Nascimento

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

11 de setembro de 2001: eu me lembro

Me lembro como se fosse hoje: estávamos em casa, quase toda a família, quando aparece Carlos Nascimento, ainda jornalista da Globo, dando informações imprecisas sobre um acidente, um incêndio, uma explosão numa das torres do World Trade Center, em Manhattan, Nova Iorque. Até aquele momento não se sabia exatamente o que estava acontecendo e as agências de notícias internacionais informavam os fatos de acordo com o que imaginavam ser. A cena que vimos pela televisão era tão impressionante que olhamos para o céu para ver se aquilo também acontecia sobre as nossas cabeças. Tivemos medo! Até que, num triste momento, começaram a noticiar que se tratava de um acidente aéreo em que um avião tinha atingindo a 'Torre Norte'. As notícias iam chegando, as suposições iam se confirmando e o inconcebível veio à tona: era um ataque terrorista, o "lar dos livres" tinha sido abalado, como nos filmes que eles gostavam tanto de produzir. As câmeras, dessa vez, mostravam pessoas reais, nos andares acima do impacto, que se penduravam e realmente atiravam-se das janelas tentando escapar da morte iminente. O resto da história todo mundo sabe.

Hoje faz oito anos e o país mais preconceituoso do mundo tem um presidente negro na Casa Branca, tenta recuperar-se de uma crise que, por pouco, não arrasou sua economia e continua com medo dos religiosos radicais que vivem do outro lado do mundo. É a ficção dando lugar à realidade. Esse filme, salvo algumas pequenas partes, não é tão agradável de ver.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

O QUE SIGNIFICA 7 SE SETEMBRO?

Zé Do Caroço
Seu Jorge
Composição: Leci Brandão
No serviço de auto-falante
Do morro do Pau da Bandeira
Quem avisa é o Zé do Caroço
Que amanhã vai fazer alvoroço
Alertando a favela inteira
Ai, como eu queria que fosse em Mangueira
Que existisse outro Zé do Caroço
Pra falar de uma vez pra esse moço
Carnaval não é esse colosso
Nossa escola é raiz, é madeira
Mas, é o Morro do Pau da Bandeira
De uma Vila Isabel verdadeira
E o Zé do Caroço trabalha
E o Zé do Caroço batalha
E que malha o preço da feira
E na hora que a televisão brasileira
Distrai toda gente com a sua novela
É que o Zé bota a boca no mundo
Ele faz um discurso profundo
Ele quer ver o bem da favela
Está nascendo um novo líder
No morro do Pau da Bandeira
Está nascendo um novo líder
No morro do Pau da Bandeira
No morro do Pau da Bandeira...
Num tempo em que cantoras "consagradas", com ou sem labiritinte, embriagadas ou não, cantam o hino nacional brasileiro sem nenhum sentimento de patriotismo, torna-se difícil pensar em 7 desetembro como o dia da independência. Nessa semana teve 7 de setembro e não há o que comemorar! Nosso país até tem crescido financeiramente, dizem as pesquisas que medem os indíces econômicos, o pré-sal "tá bombando" e, por conta disso, uma nova estatal será criada para gerenciar os recursos da exploração do tão valioso petróleo, novos empregos (e novos cargos políticos a serem ocupados por apadrinhados) serão criados, mesmo assim, não há o que comemorar. O presidente diz que tais riquezas serão do povo, em prol da educação do povo. Será? Isso tudo acontece ao mesmo que tempo que querem ressucitar a CPMF - embora com outro nome - e o Senado Federal afunda (parece que as coisas se acalmaram por lá, mas tudo está como antes) em crise e ninguém mais acredita em politícos. O que é o 7 de setembro? Não deveria ser o dia em que poderosos armamentos bélicos saem às ruas em Brasília ou em que os governos estaduais entregam viaturas que, apenas segundo eles, ajudarão no combate à violência. Nós sabemos que o buraco é mais embaixo e que carros, motos e helicóptero não resolveram nossos problemas. 7 de setembro não é um dia mágico no qual tudo muda. Não estamos celebrando a independência, nem estamos mais independentes, pelo contrário, estamos presos em nossas casas e elas já não nos abrigam da violência. O que se faz, de verdade, em 7 de setembro? Foi só mais um dia em que o povo pode assistir novela em paz. Ninguém nem lembrou, muito menos comentou, o pronunciamento do presidente, no dia anterior, prometendo o que nunca vai se cumprir. Mas, como já estamos em ritmo de campanha, o negócio agora é prometer. Dia 7 de setembro: eu não sei o que significa.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

MAIS UMA PARA OS ANAIS DA UFAC

Planejamento suspende pagamento de salários da Universidade Federal do Acre

A Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão estranhou o aumento de R$ 3,1 milhões na folha de salários de agosto, da Ufac (Universidade Federal do Acre), em relação ao mês anterior, e suspendeu provisoriamente os pagamentos dos 1.700 servidores ativos, aposentados e pensionistas daquela instituição de ensino superior.

Comunicado nesse sentido foi divulgado hoje (4) pelo Ministério do Planejamento, informando que enquanto os servidores federais de todo o país receberam seus salários no último dia 2, os salários da Ufac só foram liberados nesta sexta-feira para 1.230 contracheques sobre os quais não pesa suspeita. Os outros 470 salários, relativos a 250 servidores ativos e a 220 aposentados e pensionistas, continuam retidos até que se esclareçam suspeitas de irregularidade.

De acordo com a assessoria de imprensa do ministério, a Secretaria de Recursos Humanos realiza auditorias periódicas na folha de pagamentos dos servidores do Poder Executivo, que este ano somará R$ 154 bilhões nos três poderes. Na última verificação, o demonstrativo da despesa registrado no Siape (Sistema de Administração de Pessoal) constatou aumento de R$ 3,1 milhões a mais na folha de agosto da Ufac, em relação a julho.

Os pagamentos dos 1.700 servidores da Ufac somaram R$ 7,8 milhões no mês de julho e, sem explicação aparente, pularam para R$ 10,9 milhões no mês passado. O acréscimo foi justificado como "proveniente de exercícios anteriores", baseado apenas em valores informados, de acordo com o comunicado oficial do ministério.

A SRH suspendeu a senha dos quatro servidores que operavam o sistema, afastou a responsável pela área de planejamento e encaminhou o processo para a Polícia Federal e para o TCU (Tribunal de Contas da União). Também cancelou a folha de pagamento da Universidade, que terá que pagar R$ 14 mil para reprocessar a folha, retirando os pagamentos indevidos.

Fonte: UOL EDUCAÇÃO

No ano passado, a UFAC foi alvo de outro escândalo por conta da fraude no seu vestibular: boa parte das questões que compunham o exame aplicado pela instituição tinha sido "copiada" da internete e eram de outros vestibulares já realizados pelo país. A reitora, na época, afastou a comissão responsável pela realização do certame e aplicação das provas. Ainda sobre o assunto VESTIBULAR, a Universidade Federal do Acre continua com as velhas práticas conteúdistas que distanciam o aluno do Ensino Médio acriano do que ele realmente tem que aprender significativamente. É isso: um abismo puxa o outro.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

MPF CONSIDERA ESTRELA VERMELHA PINTADA EM HELICÓPTERO PROPAGANDA PARA O PT

O Ministério Público Federal no Acre (MPF/AC) recomendou ao governo do Estado do Acre que, num prazo de 15 dias, promova mudanças na pintura da estrela vermelha que figura na fuselagem do helicóptero Esquilo recentemente adquirido por meio de convênio com o Ministério da Justiça. As mudanças recomendadas são a remoção da pintura ou a adequação da estrela à mesma proporção da estrela vermelha apresentada na bandeira do Acre.

Segundo a recomendação, assinada pelo procurador da República Ricardo Gralha Massia, a pintura fere o artigo 37 da Constituição Federal, que dispõe: "a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridade ou servidores públicos".

O texto da recomendação considera que não há nenhum caráter educativo, informativo ou de orientação social na pintura, senão o favorecimento do Partido dos Trabalhadores (PT) perante a coletividade, ao lhe vincular os feitos da Administração Estadual, prática proibida no nosso sistema jurídico.

Ainda segundo a recomendação, apesar de a bandeira do Acre conter uma estrela vermelha, a enorme desproporção em que disposta aquela pintada na aeronave acaba por confundi-la, no plano fático, com a marca registrada do PT, partido que, por seus representantes, exerce a chefia dos dois Poderes Executivos envolvidos na aquisição do helicóptero. A administração estadual estaria aproveitando-se da semelhança parcial dos dois símbolos. Esta semelhança não poderia ser realçada na publicidade governamental com fins de promoção de sua agremiação partidária à custa do erário público.

O governo do Estado tem cinco dias para se manifestar sobre o acolhimento da recomendação.


Fonte: AC 24 HORAS

Meu comentário:

Antes não havia quem fizesse nada contras os desvarios dos políticos do PT. Agora tem. Propaganda fora do tempo e ilícita é inaceitável. Era só o que falta ter, também, sobre as nossas cabeças aquela imensa e de "enorme desproporção" estrela vermelha. Penso que já nao é para confundir, é para afrontrar mesmo.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

JOSÉ ALENCAR: UM EXEMPLO PARA O BRASIL

Enquanto a vida há esperança. É um clichê? Já não sei, por que esse deve ser o lema de vida do vice-presidente José Alencar. Um homem inteligente, de 76 anos, e que há quatro luta contra um câncer no abdômen. Alencar já foi submetido a três cirurgias para retirada de tumor no retroperitônio (cavidade abdominal), a última em outubro de 2007. Agora, há um novo tumor, o quinto no local. Nessa semana, Os médicos decidiram retomar a quimioterapia tradicional porque o tratamento experimental a que José Alencar vinha se submetendo nos Estados Unidos não produziu os efeitos desejados. Para tentar conter o avanço do câncer no abdômen, o vice-presidente ainda vai passar por outras sete sessões de quimioterapia. Mesmo depois de 15 cirurgias (total de todas elas, desde o primeiro câncer diagnosticado doze anos atrás) e vários tratamentos, José Alencar mostra que tem força para encarar qualquer tipo de medicação. Ontem, dia 01 de setembro, foi caminhando e sorrindo que José Alencar deixou outra vez o hospital. Nem parecia que ele ficara mais de três horas tomando remédios fortes. Em outras situações, ele já saiu do hospital cantando e sempre com um sorriso no rosto.
Nenhuma doença redime ninguém de nada, mas ele tem sido um bom e grande exemplo para o Brasil, para as pessoas. Todas as vezes que o vejo na televisão, sempre o ouço falar de sua esperança e confiança. O vice-presidente já foi submetido a 15 cirurgias e a vários tratamentos e surpreende os médicos ao final de cada um deles.
Quantos de nós, brasileiros, desistimos no primeiro arranhão!