segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

"Passa ou repassa" e a (des) valorização do conhecimento

Outro dia, mais precisamente no domingo, me peguei assistindo a tv aberta. Não que não seja chegado a ela, pelo contrário. Como para boa parte dos brasileiros nascidos na década de 80, cresci vendo muita televisão, recebendo sua influência, aplaudindo e odiando heróis animados, vendo o que, hoje, muitos consideram apenas uma comportamento retrô.
Nesse dia ao qual me refiro, pude assistir a um quadro do Domingo Legal, apresentado atualmente por Celso Portiolli, chamado "Passa ou repassa". Nele, duas equipes se enfrentam, respondendo, em boa parte do tempo, a perguntas dos mais variados tipos e temas, alguns bem pertinentes e atuais, outros que me fizeram lembrar dos conhecimentos tradicionais ensinados na escola cotidianamente. Esse quadro foi criado na década à qual me referi, a de 80, e apresentado inicialmente por Silvio Santos, depois por Gugu, Angélica e alguns outros, sempre com a mesma fórmula: por em prova o conhecimento dos participantes.
No que assisti, duas equipes totalmente opostas disputavam. Um resumo. Uma delas, composta apenas por mulheres, jovens, que ao serem questionadas pelo apresentador logo disseram seus graus de instrução. Quase que absolutamente todas tinha algum tipo de formação superior e demonstravam desenvoltura admirável em questões bem específicas de matérias como química, biologia e matemática. Do lado oposto, a outra equipe, formada apenas rapazes, aos quais foi destinada a mesma pergunta, mostraram inquietação e constrangimento ao responderem, quase que de forma uníssona: 'sou bailarino', ou seja, "não estudei". (Em tempo: não estou afirmando que bailarinos não estudem, longe de mim. Sei do esforço desses profissionais da arte em vários aspectos. Me atenho a uma questão específica, a qual se esclarece a seguir).
Acredito que você já sabe onde quero chegar. Não é minha intenção discutir a profissão dos jovens que vi na televisão, nem sua origem ou destino - embora saiba que isso está relacionado diretamente com o que pretendo observar -, mas "analisar" a reação do apresentador e de algumas pessoas do auditório quando ouviram as respostas dos participantes à pergunta que lhes foi dirigida. Ao ouvirem "formada em...", pouquíssimos aplaudiram, como se isso não fosse importante (e, de fato, não é mais. Estou chegando onde queria). Inversamente, ao ouvirem "dançarino", a reação foi histérica, como se tivessem ouvido... Nem sei.
Nesse instante, me assustei. Me perguntei na mesma hora: em que ano estamos? Que geração é essa que não liga mais pra conhecimento, estudo e afins? Lembrei, pra ir direto ao ponto, que estamos na geração das bolsas, da exacerbação do jeitinho, da desvalorização do mérito, da luta e da conquista. Hoje, o jovem cresce, pensando não ser mais necessário enfrentar desafios, dedicar-se aos estudos e à produção do conhecimento. Sabe que modo lícito (ou ílicito) vai conseguir se dar bem na vida, sem precisar do muito que se consegue nos bancos escolares (Fui piegas?). Sem querer incorporar elementos bíblicos nesse texto (mas, já incorporando), se esquece de que seu futuro, o que colherá amanhã, depende exclusivamente do que planta hoje. Pior: mais desalentador é saber que os frutos dessa infeliz plantação começaram a ser colhidos agora, estão no começo, a grande safra ainda está por vir.
Não falo aqui sem conhecimento de causa: sou professor e vejo, para minha infelicidade, que é exceção - quando deveria ser regra - um aluno cujos interesses são livros, a biblioteca, o Google. E não é culpa da escola! Convencionou-se atribuir apenas às instituições de ensino todo o atual e evidente fracasso estudantil. Engodo! A geração de hoje - e não estou tendo um ataque de saudosismo - perdeu-se entre o que recebe de mão beijada e o que vem de bandeja, oferecido especialmente pelos governos.
Não é que eu seja contra os programas de distribuição de renda, para ser mais específico. Eles tiraram e tiram muita gente da miséria. Para muitos que os recebem, é a única forma de sobreviver, já que a fome não espera por um diploma, mas é certo que (opinião minha) eles influenciam mal a juventude, pois não os vejo despertando interesse pelo sucesso trazido pelo labor e pelo esforço pessoal.
A escola recebe hoje um bando de gente sem perspectiva e já com alguma formação de o que o futuro é um auxílio estatal, gente esta para quem estudar não passa de uma mera obrigação, um passatempo, um fardo.
Eu poderia aqui apontar inúmeros caminhos para reverter essa quadro. Não, não sou o dono da verdade, nem intenciono, mas acredito ser importante que pensemos no rumo que o Brasil, através de seus jovens, está tomando. Antigamente (nada de saudade!), as pessoas queriam ser. Hoje, querem o que?

Postei no Facebook nesse mesmo domingo, um pequeno resumo de tudo o que disse aqui, e com isso termino: "Ver o "Passa ou repassa" na tv (quadro do Domingo Legal) desperta, em mim, não apenas sentimentos nostálgicos, mas a lembrança de um tempo em que o mérito e o conhecimento eram reconhecidos nesse país, pois tinham valor. Hoje, temos as  (só) as bolsas."
Repito: pensemos. 

sábado, 6 de dezembro de 2014

Relacionamentos amorosos: melhor não tê-los? (Ou, Quantas perguntas sobre o amor)

Acredito que o real motivo que me leva a escrever esse texto seja a curiosidade de como o lerei no futuro. Eu sempre volto aos meus escritos  - e é possível que muita gente que escreve faça isso - e tento me lembrar do que me movia naquela hora para escrever, que sentimentos, fatos ou memórias me incentivam a lançar letras sobre o papel. Nesse momento, isso se repete, mas, agora, com um preocupação ainda mais futura. Explico: no momento em que escrevo, tomam conta de mim os mais variados tipos de sentimentos, que vão de dor à culpa, passando pela decepção e pelo desejo gritante de recomeçar. Nisso mora o problema: recomeçar o que? A vida não para quando acaba uma "relação de amor", ou melhor, ela nunca começa quando encontramos a tal "metade da laranja", "a tampa da panela", "o coberto de orelha" e todos esses nomes estranhos, dados à pessoa que pode ser chamada apenas de "companheiro (a)". A vida é, sempre foi e vai continuar sendo antes do começo e depois do fim... A pergunta que fica é: por que dói tanto? Não me atrevo a responder. Sei, contudo, que nunca há recomeços, há, de fato, eternos prosseguimentos, no quais podemos contar apenas com aquilo que sobrou ou com o que ainda vamos colher. 
Mas, repito: quero mesmo é saber como vou estar daqui uns dias, meses e semanas, depois que o turbilhão de sensações que me invadem se esvaírem e forem levadas pelo tempo que, hoje, não parece muito ser meu amigo. 
Não é fácil se relacionar com alguém. Na verdade, não é fácil conviver com ninguém. A maioria das pessoas que conheço abrem mão de muito do que pensam e mascaram muito do que são em nome da tal convivência e sempre me pergunto se vale mesmo a pena. Digo isso porque relacionamento, seja amoroso ou simplesmente fraternal, é a coisa mais abstrata e instável possível. As pessoas gostam umas das outras e deixam de gostar quase que na velocidade da luz. A amizade e o amor de agora não serão os mesmo daqui cinco, dez minutos. Com o advento e a popularização da internet, percebe-se, as amizades se desfazem pelo simples fato de não ter uma mensagem respondida prontamente num aplicativo virtual de comunicação  ou quando o outro se sente aborrecido ao ler algo divergente, escrito na página da rede social do amigo. 
Mas, voltemos ao tempo em que as pessoas olhavam mais nos olhos umas das outras. Era difícil, também, manter viva a chama de uma relação? - E me refiro aqui à amorosa, pra não divagar tanto e "afunilar mais o assunto". Me parece que sim e, olhando para trás, vejo que o medo e a incerteza são os grandes responsáveis por isso. E eis aí uma coisa que todo mundo sente: medo. Hoje, por exemplo, parece que estou sentindo todos os medos do mundo, mesmo sabendo que já passei por situações mais desafiadoras e dolorosas. Achar, nesse instante, um ponto de instabilidade se apresenta como um desafio novo. O medo é sempre inimigo de qualquer relação. Mais felizes, observo, são aqueles que ignoram esse inimigo invisível, mas presente, e se lançam, sem reservas, na relação. Como conseguem?
É certo que ninguém vive sozinho. Precisamos de amigos, parceiros, cúmplices, quase que o tempo todo, pois só assim, dentre outras coisas, formaremos nosso caráter e conheceremos nossos limites e condições. Mas, para que um "amor"? Onde surgiu a necessidade descontrolada de amar alguém, especialmente se o "amor" sempre acaba? 
Eu queria escrever um texto cheio respostas, mas, contando, já fiz mais de cinco perguntas e passei longe de responder a principal... Não importa. Procure responder pra você. Daqui um tempo, eu vou voltar aqui, ler tudo e, possivelmente, já terei as respostas que preciso. Se não as tiver, espero, ao menos, que as muitas perguntas não sejam mais tão relevantes. 

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

COTAS PARA 'ENBURRECER' O BRASIL


O Senado aprovou nesta terça-feira projeto de Lei que prevê que 50% das vagas em universidade federais sejam reservadas para quem cursou o ensino médio integralmente em escolas públicas, unificando assim a divisão das vagas por cotas sociais e raciais. De autoria da deputada federal Nice Lobão (PSD-MA), a proposta, já aprovada na Câmara, ainda tem de passar pela sanção da presidente Dilma Rousseff, que é entusiasta do projeto. (Folha de São Paulo)
Que proposta boa! Mas, gostaria de saber se quem pensou em criar esse novo apartheid se preocupou que estava, na verdade, reforçando a imensa divisão social existente no Brasil, além de ferir direitos legamente constituídos de igualdade. Quem disse que garantir educação superior, por um princípio tão mesquinho, injusto e insipiente, vai elevar a qualidade do ensino no Brasil?
A política de cotas, desde que foi criada, gera um enorme debate entre os que a defendem e a rechaçam. E não seria por menos: sob a justificativa de proporcionar oportunidades de acesso ao ensino superior às pessoas em situação social menos favorecida, a política de cotas prevê, pela atual legislatura, que 50% das vagas em universidades públicas sejam reservadas para negros, pardos e índios.
Vejamos os dois lados da moeda. É certo que, no Brasil, sempre houve exclusão de negros e índios. As pessoas pertencentes ou classificadas como desses grupos sempre tiveram que lutar mais para alcançar algum tipo de sucesso na sociedade.  A razão disso, em linhas gerais, está na construção histórica do país, que sempre delegou a esses dois segmentos de sua sociedade uma condição e um legado de desprestígio e abandono. No caso da educação, não foi diferente: ela nunca foi  mesma para todos, menos ainda para pardos, negros ou índios.
 Partindo desse principio, é importante garantir equidade no processo e permitir que todos, sem exceção, tenham acesso a um ensino de qualidade, que possibilite acesso e condições igualmente justa a todos. No entanto, esse projeto de lei, já aprovado por deputados e senadores, traz à tona uma triste constatação: a educação brasileira é ruim e pouco igualitária, pois não forma de maneira equitativa todos os seus cidadãos. Se assim o fizesse, uma lei como essa, que aparentemente tem o objetivo de reparar um erro histórico, não precisaria existir, pois todos teriam iguais condições de disputar qualquer vaga em qualquer universidade do país, isso sendo apenas consequência de um bom percurso educacional. Mas, não é assim que acontece. Boa parte dos alunos brasileiros, sejam brancos ou pretos, não têm acesso a um sistema de ensino adequado que lhes possibilite construir um bom caminho formativo. Logo, esbarra-se em numa questão importante: a qualidade (ou a falta dela) do ensino no Brasil. Isso nos fazer pensar que a aprovação de um projeto como esse apenas revela a imensa disparidade que existe entre o que se apregoa e aquilo que de fato se tem na maioria das escolas do Brasil.
Os documentos oficiais que norteiam os processos educacionais brasileiros determinam, em linhas gerais, que todo aluno deve construir, durante sua formação escolar, um série de competências e habilidades que lhe garantam sucesso em cada etapa de sua escolaridade. Essas competências são, pode-se dizer, cumulativas, pois permitem que o estudante galgue novos patamares, baseado em conhecimentos adquiridos anteriormente. Porém, na realidade, não é assim que acontece. São inúmeros os relatos de professores (e pesquisas que comprovam tal situação) que se veem as voltas com alunos que não sabem o mínimo exigido para desenvolver capacidades mais elaboradas e se angustiam ao pensar na forma como farão para que tais alunos sigam em frente, dentro daquilo que podem fazer por eles.
Situações de deficiência como essa chegam às portas do nível superior. Negros e índios, por questões históricas, sempre foram afastados de condições mais favoráveis para o desenvolvimento intelectual, mas não é uma lei como essa que garantirá justiça e a "transformação intelectual" desses indivíduos.
E por falar em justiça, e os de outra cor? O que sobra para eles? Quem não for negro, índio ou não tiver cursado o deficiente ensino médio público terá que se degladiar pelo restante das vagas, sem direito a nenhum tipo de privilégio? Em que situação fica a Constituição Federal que garante direitos iguais a todos os brasileiros, sem qualquer tipo de distinção? Ou ela não tem mais valor diante de delírios inconsequentes de nossos legisladores?
Nesses últimos anos, pouco se fez no que tange a investimentos maciços em educação,   situação que já possui dispositivo legal e que também não é cumprido como deveria. Os que se elegeram levantando a "bandeira da educação de qualidade" pouco ou nada fizeram para melhorar a condição do ensino no país. Diante da imensa riqueza e da enorme carga tributária que pesa sobre os brasileiros, uma pequenina fatia dos recursos arrecadados é destinada à educação, que sofre por não receber investimentos capazes de mudar sua terrível situação, o que coloca o Brasil numa situação vergonhosa: fica atrás até mesmo de países menos desenvolvidos como é o caso do Chile, que apesar das poucas riquezas que tem, em comparação às nossas, possui posição mais elevada no ranking que mede internacionalmente a qualidade da educação.
E quando falo de investimento, me refiro àqueles que, de fato, elevem os índices que medem  nossos avanços educacionais. Os poucos que tivemos são fruto do trabalho duro - e pouco reconhecido  - de professores e mestres que se desdobram em sala de aula (e porque não dizer, fora dela) para tentar conseguir fazer com que seus alunos progridam.
Nesse contexto, a política de cotas pouco resolverá a problemática da educação no país. Criará mais um gargalo que só será percebido passados alguns anos, quando fatalmente nosso quadro estará, principalmente por causa disso, bem pior. 
É uma pena que pouco tenha se pensado nisso, pois, se fosse diferente, mudanças severas já teriam sido instituídas nos currículos escolares e na forma como se ensina e aprende por aqui. 
Parafraseio um dos comentários que li num dos textos que alimentaram esse artigo:” [Esse é] um projeto para ‘emburrecer’ o país. As universidades terão que formar gente que não tem qualificação para estar lá. É absurdo e patético. O Brasil está andando para trás.” Eu concordo. 

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

ELA NÃO PODE SER LEVADA A SÉRIO


Antônia Lúcia, a missionária deputada, teve sua candidatura à prefeitura de Rio Branco(AC) cassada. Até que enfim!
Digamos que nenhum dos crimes ou irregularidades, imputados a ela pela justiça, não tenham, de fato, acontecido. Digamos que tudo tenha sido apenas uma infeliz coincidência, obra do tinhoso ou ironias do destino. Ainda assim, ela não seria digna de ocupar, ou sequer concorrer, - levantando a bandeira que levantava -, a um cargo tão importante como o que pleiteava.
Digo isso pelo fato dos inúmeros escândalos que envolvem seu nome. São tantos, desde que resolveu se meter de cabeça na política acreana, que me pergunto como pode alguém se permitir ser tão “enrolado com a justiça” e não procurar se acertar.
O pior disso tudo é que, apesar de todas essas situações ruins que marcam sua trajetória, há os que, cegamente, ainda a seguem e se perdem no meio de sua falta de escrúpulo (e vergonha) pela sede do poder. A bandeira que a ex-candidata levanta é da religião evangélica, usando um discurso baseado na bíblia e atribuindo ao diabo todos os infortúnios que lhe acometem.  Na verdade, Antônia Lúcia se aproveita da latente e enorme falta de percepção crítica de boa parte das pessoas que fazem parte desse numeroso segmento da sociedade, que não se atenta para o mau que circunda o comportamento político da missionária.
Alguém, cujo passado é marcado por tantos problemas - inverossímeis, como insiste em dizer - deveria, no mínimo, procurar fazer coisas diferentes, afastar-se um pouco da causa de seus “rolos” e, aos poucos, construir uma nova história diante das pessoas. Mas, não é isso que ela faz. Antônia Lúcia insiste em cometer os mesmo erros e outros ainda piores, pelos quais nos prova sua enorme incapacidade de gerenciar sua própria vida pública. 
Não posso esquecer, é claro, a aparente contribuição que a deputada tem dado em Brasíla em prol de...(?), embora, eu também pense que ela não faz mais que sua obrigação. Contudo, são máculas demais para uma pessoa só, para alguém que se diz ser tão correto e temente a Deus. 
Sendo assim, não é possível não perguntar mais uma vez: Como uma pessoa como essa, que gerenciaria tão mal sua própria vida, poderia, caso fosse eleita (Deus nos livre!),  gerenciar a vida das pessoas de uma cidade inteira? 
Definitivamente, Antônia Lúcia não pode ser levada a sério. 

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

ENEM E UFAC: O ASSUNTO DO MOMENTO

Os alunos concludentes do Ensino Médio do Acre, que prestaram o ENEM a fim de conseguir uma das mil e tantas vagas oferecidas pela universidade federal no estado, não falaram de outra coisa, nesse fim de semana, nas redes socais, que não fosse a divulgação do resultado preliminar e, depois de alguns dias, sobre a lista retificada de classificados para os cursos oferecidos pela instituição. Isso porque a UFAC cometeu alguns erros na organização dos pontos dos candidatos, o que gerou certo desconforto para alguns, cujos nomes apareceram na primeira lista divulgada e, depois, tiveram seus nomes omitidos na segunda lista. No entanto, a polêmica maior girou em torno da quantidade de acreanos classificados para os cursos, em especial o mais concorrido, o de Medicina.

Inicialmente, divulgou-se que dois acreanos haviam se classificado. Depois da correção da lista, apenas um foi apontado como aprovado, situação que, pelo andar da carruagem, pode tornar-se ainda pior. Ironias à parte, gostaria de analisar essa questão de uma forma menos emocionada e bairrista.

Bairrismo, diz-se da atitude de quem defende os interesses do bairro ou de sua terra tanto por atitudes de defesa exacerbada de suas alegadas virtudes, ou, por analogia, da terra natal de alguém. Esse foi o mau que acometeu os acreanos nesse final de semana. Muitos alegaram ser absurda a quantidade de “pessoas de fora” que foram classificadas para UFAC. Alguns, usando as redes sociais, rejeitavam de forma muito incisiva e até desrespeitosa a vinda de estudantes de outros estados, pois, segundo eles, tomaram as vagas de quem nasceu no Acre.

É até compreensível que se comportem assim: é histórico que o acreano defenda arduamente sua condição, seu status, e isso, nesse caso, se tornou bastante evidente. Mas, infelizmente, nessa situação, quem se comportou dessa maneira, agiu equivocadamente. Imaginemos o seguinte: se a situação fosse inversa, em que um aluno daqui quisesse concorrer, através do ENEM, a uma vaga na USP, por exemplo, e este fosse impedido por não ser paulista, como essa situação seria avaliada? Com certeza, diriam que é injusto, pois a vaga, através do ENEM, pode ser pleiteada por qualquer brasileiro, não importando o estado ou região onde este tenha nascido. No nosso caso, a situação é a mesma: como esta prova é aplicada nacionalmente, qualquer cidadão brasileiro, apto a fazê-la, tem o direito de inscrever-se e disputar a vaga que deseja, sem nenhum prejuízo a qualquer outro brasileiro em igual condição.

E por falar em igualdade, outra questão interessante que se discutiu na rede foi a qualidade do ensino público acreano. Afirmou-se que o Acre, em comparação aos outros estados, tem uma qualidade de ensino inferior, que as escolas são ruins, que os professores não prestam e o diabo. É certo que é dever do estado oferecer educação pública de qualidade, mas que ainda estamos longe do que se sonha em termos de “qualidade de ensino”, mas atribuir somente à escola ou ao Estado a responsabilidade pelo fracasso numa prova como ENEM é não querer olhar para si com a consciência descontaminada pelo senso comum. Analisemos: o Estado - através da escola - colabora muito para a formação do cidadão, mas é dever – eu disse DEVER – de qualquer aluno esmerar-se em seus estudos para ser aprovado em qualquer processo de classificação. Boa parte dos candidatos que hoje responsabilizam a universidade, o estado, a escola, são os mesmos que passaram pelo ensino médio acreditando que o que se vê ali não tem valor algum e desprezaram o conhecimento que se pode adquirir nessa tão importante e decisiva etapa da escolaridade básica. São esses mesmos que não aceitam normas, que desrespeitam os professores, que não levam a escola a sério e que, quando se deparam com uma situação como essa, que podia ter sido evitada se tivessem se dedicado de verdade, preferem transferir a responsabilidade para os outros, que têm, é certo, sua parcela de contribuição, mas que não podem ser vitimados pela falta de interesse de quem realmente deveria se importar, o estudante.

Aluno bom, aluno que estuda e se dedica de fato, aprova-se em qualquer exame, de qualquer lugar. De nada adianta passar três anos indo à escola, fingindo que estuda, se não há interesse e vontade e depois reclamar que não "passou" por que o estado não proveu as condições necessárias. Balela!

Eu até acho que os investimentos em educação deveriam ser maiores. Aproximadamente 8% - que é o que o Brasil destina à educação - não representa nada para um país que se tornou a 6º economia do mundo. Países mais pobres como o Chile investem o dobro no sistema educacional e têm resultados melhores nas avaliações externas.

Em minha opinião, o que tem faltado mesmo é brio, por parte dos acreanos. Em miúdos, vergonha na cara para estudar e se dedicar mais à educação. Vale lembrar que, antes, o vestibular não era mais fácil que o ENEM de hoje e só "passavam os bons”. Por que com essa nova forma de ingresso tem que ser diferente?

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

DEUS NÃO QUER O SEU DINHEIRO

Por favor, ao ver esse vídeo, não fique dizendo não tem nada a ver com isso, pois são eles que vão prestar com contas com Deus; que as pessoas dão por que querem ou que Deus vai tomar providências. Não vai.

Eu sei também que minha "denúncia" aqui não vai mudar o mundo, mas eu ainda acredito no bom senso de alguns que enxergarão o mau que faz essas igrejas que só pensam em dinheiro. Clique e veja.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

DENGUE. DE NOVO?

Outro dia, assisti a um vídeo do Xou (sic) da Xuxa, de 1986. Quem viveu essa época, deve se lembrar que um dos personagens animados, que costumava aparecer durante o programa, era o "Dengue".
Nessa mesma época, não se ouvia falar pelo Brasil - a exceção do Rio de Janeiro - da existência de um mosquito transmissor de uma doença tão perigosa. Com o passar do tempo e por conta da falta de cuidado de todos, o que era comum para os cariocas tornou-se realidade em todo o Brasil, especialmente no Acre, onde as condições do tempo são bastante favoráveis para a proliferação da moléstia.
Infelizmente, nos últimos dois anos, os casos de infestação têm crescido assustadoramente e as pessoas ainda não se conscientizaram sobre a importância dos cuidados que devem ter com a limpeza de suas casas e de que, com medidas simples, podem ajudar a combater esse mau.
Ontem, a secretária de saúde do Acre foi incisiva ao dizer que população é responsável pela proliferação dos mosquitos. Concordo. A despeito dos investimentos (ou da falta deles) em saneamento básico, são as pessoas as maiores responsáveis pelo que acontece em suas casas. Numa terra onde ainda é preciso armazenar água (seja por cultura ou mesmo por necessidade), o cuidado com a limpeza desses "utensílios armazenadores" deve ser igual ou maior à preocupação que ser tem por manter reservas suficientes desse líquido. Quantas são as residências em que a limpeza da caixa d'água nunca é feita? E isso não é por falta de informação: panfletos, comerciais de TV, spots de rádio, tudo já foi feito para alertar o povo sobre o perigo da dengue.
Agora, tem chovido quase todos os dias; água empoçada se encontra em qualquer lugar. Já não se pode mais apenas reclamar ou transferir para os outros a responsabilidade que é nossa.
As redes sociais da internet podem ajudar bastante: denunciar na rede os locais onde há criadouros do mosquito pode ajudar o poder público a chegar até eles. Basta pensar um pouquinho e, sem grandes esforços, poderemos ajudar a diminuir os casos da doença.
Esse texto parece romântico ou "mais do mesmo", mas, com ele, estou tentando alertar meus leitores para o perigo que nos cerca.
Diferente do programa da Xuxa, o Aedes Aegypti não pode tornar-se um personagem alegórico e comum.
Só quem já teve a doença quatro vezes - como eu - sabe.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

SINTEAC, SINPLAC... PARA QUE?

Diante das enormes necessidades educacionais do Acre, para que servem esses sindicatos?
Em breve, aqui nesse espaço, uma reflexão sobre esse assunto.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

SÃO PAULO É MAIS GAY OU EVANGÉLICA?

Como considero a diversidade o ponto mais interessante da cidade de São Paulo, gosto da ideia de termos, tão próximas, as paradas gay e evangélica tomando as ruas pacificamente. Tão próximas no tempo e no espaço, elas têm diferenças brutais.



Os gays não querem tirar o direito dos evangélicos (nem de ninguém) de serem respeitados. Já a parada evangélica não respeita os direitos dos gays (o que, vamos reconhecer, é um direito deles). Ou seja, quer uma sociedade com menos direitos e menos diversidade.



Os gays usam a alegria para falar e se manifestar. A parada evangélica tem um ranço um tanto raivoso, já que, em meio à sua pregação, faz ataques a diversos segmentos da sociedade. Nesse ano, um do seus focos foi o STF.



Por trás da parada gay, não há esquemas políticos nem partidários. Na parada evangélica há uma relação que mistura religião com eleições, basta ver o número de políticos no desfile em posição de liderança. Isso para não falar de muitos personagens que, se não têm contas a acertar com Deus, certamente têm com a Justiça dos mortais, acusados de fraudes financeiras.



Nada contra - muito pelo contrário - o direito dos evangélicos terem seu direito de se manifestarem. Mas prefiro a alegria dos gays que querem que todos sejam alegres. Inclusive os evangélicos.



Civilidade é a diversidade. São Paulo, portanto, é mais gay do que evangélica.





Texto de Gilberto Dimenstein

terça-feira, 14 de junho de 2011

SIGA-ME POR EMAIL

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domingo, 12 de junho de 2011

ÉPOCA DAS TREVAS I

Houve um tempo na história em que a religião determinada o que era certo e errado na vida das pessoas, na sociedade. Esse tempo, em conceito bem simples e reduzido, é conhecido como Tempo das trevas, embora Jesus, como os religiosos dizem e no nome de quem cometiam as maiores atrocidades, seja o 'senhor da luz'.
Vivemos hoje um tempo de escuridão semelhante. Ter um estado laico é uma afronta, um descalabro, ainda que isso seja legal, esteja na Constituição. É um Tempo das trevas pós-moderno. Os meus textos anteriores falam bem sobre isso.
Vou continuar abordando esse assunto e me rebelando contra todo controle religioso e psicológico que tentam descaradamente impor sobre os brasileiros hoje.
Como a ditadura, o tempo da Inquisição só trouxe dor e se eu estiver errado, convençam-me do contrário.

sábado, 11 de junho de 2011

PLC 122: SIM OU NÃO?

Não sou à favor de TODO o texto da PLC 122, porque, em parte, ela fere direitos constitucionais de liberdade. Creio que é necessário que haja uma lei JUSTA que puna crimes de homofobia, sem cercear direitos já constituídos. MAS, sou totalmente CONTRA esses líderes religiosos que incutam a burrice e a falta de senso crítico na cabeça de seus seguidores.
Quem comete esse tipo de ação é criminoso e precisa de uma punição JUSTA e EXEMPLA. Veja o vídeo abaixo, com mais atenção a partir do minuto 2:00.


quinta-feira, 9 de junho de 2011

FILME "EU NÃO QUERO VOLTAR SOZINHO" É CENSURADO NO ACRE

Estou postando de um lugar onde não possível publicar o link do filme sobre o qual vou falar, mas recomendo que, antes de continuar a leitura, assista, no YouTube, o vídeo "Eu não quero voltar sozinho".

Hoje, o site AC 24 horas publicou uma matéria afirmando que "Eu não quero voltar sozinho", eleito melhor filme pelo Festival de Paulínia, foi CENSURADO numa escola em Rio Branco, capital do Acre. Isso aconteceu por que “a exibição foi levada ao conhecimento de líderes religiosos, que pressionaram políticos do estado para proibir não só a exibição do filme, mas ocasionar o cancelamento do Cine Educação. O projeto é realizado em diversos locais do país resultante de parceria da Cinemateca Brasileira, a consultoria Via Gutenberg e as secretarias estaduais.”

Confesso que estou com um nó na garganta. Mas, não é de tristeza, é de raiva.

“Este é o segundo episódio recente de um projeto educativo organizado, em parte, pelo governo, que é afetado por lobby de setores religiosos. No fim de maio, o Kit Anti-Homofobia, materiais impressos e em vídeo que seriam distribuídos a estudantes para orientar como lidar com a diferença e promover o debate em torno da sexualidade, foi cancelado por pressão da bancada evangélica no Congresso. À época, os deputados ameaçaram pressionar o já ameaçado ministro da Casa Civil Antonio Palocci, às voltas com suspeitas de enriquecimento ilícito, se o Kit Anti-Homofobia não fosse suspenso.”

Aogra, a cena se repete e o cenário escolhido é o ambiente onde a liberdade de expressão e a discussão sobre assuntos importantes como esse deveriam ocupar o palco central.

A nota enviada ao site pelo diretor Daniel Ribeiro e pela produtora Diana Almeida, diz tudo.

Dei destaque a algumas partes que merecem a devida atenção. Mas, não recebem...

“Queridos amigos e colegas,

No início da semana recebemos a notícia de que a exibição do curta Eu Não Quero Voltar Sozinho, como parte do programa Cine Educação, havia sido censurada no Acre.

O programa Cine Educação, uma parceria com a Mostra Latino-Americana de Cinema e Direitos Humanos, tem como objetivo "a formação do cidadão a partir da utilização do cinema no processo pedagógico interdisciplinar" e disponibiliza diversos filmes cujos temas englobem os direitos humanos, de modo que professores escolham quais são mais adequados para serem trabalhados em aula.

Na semana passada, no estado do Acre, uma professora escolheu o curta Eu Não Quero Voltar Sozinho e exibiu-o para seus alunos. Para aqueles que não conhecem, a trama narra a história de Leonardo, um adolescente cego que, ao logo do filme, vai se descobrindo apaixonado por um novo colega de sala.

Alunos presentes na exibição confundiram o curta metragem com o "kit anti-homofobia" e levaram a questão aos líderes religiosos, que mobilizaram políticos da região com o intuito de proibir o projeto Cine Educação como um todo. Nenhum desses representantes públicos deu-se ao trabalho de ir atrás da verdade e descobrir que se tratava de um programa pedagógico com o intuito de levar o debate sobre direitos humanos para a sala de aula. Mais uma vez no Brasil, a educação perde a batalha contra o poder assustador das bancadas religiosas e conservadoras.

Neste momento, o programa Cine Educação está paralisado. Enquanto isso, os secretários de Educação e de Direitos Humanos do Acre estão articulando com o governador a possibilidade de garantir sua continuidade, enquanto os líderes evangélicos forçam o cancelamento definitivo do programa. Pelo que sabemos, mesmo que o programa seja reativado, o curta Eu Não Quero Voltar Sozinho será excluído do catálogo e não mais ficará disponível para que professores o utilizem no debate de questões que envolvem algo tão elementar quanto a sexualidade humana e tão importante quanto a deficiência visual.

De forma arbitrária, em uma república federativa cuja Constituição atesta um Estado laico, a sociedade está sendo privada de promover debates. Como pretendemos que adolescentes consigam respeitar a diversidade e formem-se cidadãos lúcidos, pensantes e ativos se informação, arte e cultura (sem qualquer caráter doutrinário) lhes são negadas?

Eu Não Quero Voltar Sozinho não é um filme proselitista, tampouco ergue bandeiras de nenhuma natureza. É apenas uma obra de ficção amplamente premiada em festivais de cinema no Brasil e no exterior, cujos predicados artísticos e humanos transcendem qualquer crença. Ademais, se assuntos referentes à orientação sexual dos indivíduos e seus respectivos direitos civis está na pauta do Supremo Tribunal de Justiça e do Congresso Nacional, por que não debatê-los em sala de aula? Que combate sombrio é esse, que reacende a memória de um obscurantismo Inquisidor?

Produtores do Eu Não Quero Voltar Sozinho

Daniel Ribeiro e Diana Almeida”

terça-feira, 31 de maio de 2011

GAY TEM DIRETO, MAS TODO MUNDO TEM TAMBÉM

Eu concordo com a criminalização da homofobia por crer que, só assim, crimes como o da Avenida Paulista no ano passado, em que jovens foram agredidos gratuitamente por motivação fútil e preconceituosa, terão uma pena severa e específica. Mas, não é por isso que vou concordar com o fim da liberdade de expressão. Processar um apresentador de televisão por uma brincadeira, uma piada, é demais!
Esse estado policialesco que se instaura no Brasil por causa dos últimos acontecimentos que envolvem os homossexuais (aprovação da união homoafetiva, discussão sobre a PL 122, caso Jair Bolsanaro etc.) não é bom: se eu não puder expressar minha opinião, de forma séria ou cômica, será como se vivêssemos numa ditadura, em que ninguém pode dizer nada contrário ao poder vigente sob pena de ser responsabilizado criminalmente por isso.
O processo contra Marcos Mion, conhecido apresentador bizarro e sarrista, é um insulto ao bom senso e à liberdade de todas as pessoas, homossexuais ou não. Os gays precisam ser ouvidos e se impor, mas sem precisar ter um comportamento colonialista e invasor.

ACRE VOLTARÁ A TER SEU BOM E VELHO HORÁRIO. NÃO GRAÇAS AO SENADOR JORGE VIANA

Apesar da falta de interesse do senador Jorge Viana em reivindicar a efetivação da vontade do povo que quis, por voto, que a hora do Acre voltasse ao que era antes, nesta terça-feira (31) as Comissões de Assuntos Econômicos (CAE), de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) e de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovaram substitutivo do projeto de lei (PLS 91/11) do senador Pedro Taques (PDT-MT) restabelecendo o antigo fuso horário do Acre.

O senador Jorge Viana foi o único que se absteve da votação, alegando que “(a volta do horário) vai trazer atraso, criar dificuldade para os empresários e para quem precisa se comunicar ou fazer negócio com os grandes centros do Brasil.” Ele afirma que “nossa diferença de hora [2 com relação a Brasília], agora, vai trazer transtornos para quem precisa de serviços bancários, para quem gosta de acompanhar a programação das TVs. Vamos voltar a época do vídeo tape, da programação gravada e reproduzida duas horas depois... Vivemos a era da internet, da informação online e alguns políticos oportunistas são os responsáveis por tirar esse direito tecnológico da população.”

Eu fiquei surpreso com o paradoxo apresentado pelo excelentíssimo senador: exatamente por vivemos na “época da internet”, “da informação on line” é que não voltaremos à época do vídeo tape e nem os empresário – classe com a qual ele parece mais se preocupar – deixarão de fazer suas transações. Afinal, hoje, quase tudo se faz pela rede mundial de computadores. Uma prova disso é quando a Oi, operadora de internet do Acre, deixa de oferecer o sinal por motivos quase nunca explicados, ninguém pensa em televisão, as pessoas pensam em comunicação no sentido mais amplo e atual da palavra.

Falar de “direito tecnológico” quando o programa Floresta Digital ainda é uma utopia, quando ainda há escolas no estado sem internet e quando, vez por outra, a capital toda fica “sem rede” é, no mínimo, risível. Por que não há reivindicações sérias para mudar essa situação?

A luta do senador deveria ser para que o povo fosse respeitado em suas decisões e não ficar inventando histórias e misturando situações. A programação não será gravada por causa da mudança de hora, mas por conta da classificação que cada programa recebe para ser exibido em horário adequado.

Voltar ao horário antigo é mais que um direito, é uma questão de honra.

Que bom, não é senador, que temos políticos que, mesmo cheio de defeitos, ainda se conseguem pensar humanamente, acreanamente, diferente do senhor.

terça-feira, 29 de março de 2011

sexta-feira, 18 de março de 2011

RELIGIÃO E HOMOSSEXUALISMO = ÓLEO E ÁGUA

Por que esses religiosos (principalmente os cristãos evangélicos) insistem em reduzir a questão do homossexualismo ao sexo, à cama?

segunda-feira, 14 de março de 2011

R$ 2,50

No último sábado, 12, precisei usar transporte coletivo. Nas duas vezes em que subi no veículo paguei a passagem com uma nota de R$5,00. O valor da tarifa de ônibus na capital acreana é de R$2,40, logo me restariam de troco R$2,60 do valor que entreguei ao cobrador. Não foi isso aconteceu: nas duas vezes, recebi de volta apenas R$2,50. Não quiz perguntar ao cobrador o que havia de errado pois sabia que teria como resposta (como sempre) a alegação de que não há moedas de R$0,10 para compor o troco devido aos usuários. Calei-me. Mas, enquanto "viajava", pensei no quanto as empresas lucram com esse tipo de situação. Façamos um cálculo simples: Se 1000 pessoas usarem o transporte coletivo num dia e cada uma delas deixar na roleta R$0,10 centavos a mais do que deveria pagar, a empresa ganha exatos R$100,00. Se isso se repetir durante uma semana - com esses mesmos mil usuários - o valor sobre para R$700,00. Se acontecer durante um mês, já serão R$3.000,00. Esse valor equivale a quase seis salários mínimos! Todo mundo sabe que mais de 30 mil pessoas usam transporte coletivo na capital do Acre, o que deve elevar bastante o valor "arrecadado" pelas empresas por conta da "falta de troco".
E o que se faz diante dessa situação?
Tenho dito entre os meus amigos que não temos mais prefeito. Primeiro porque durante o surto de dengue ele tirou férias, depois por que não vejo de sua parte nenhuma postura para combater essa "palhaçada" que lesa o bolso de quem mais precisa, por que quem vive com esse novo salário mínimo que foi aprovado ou come ou anda de ônibus aqui no Acre.

sexta-feira, 4 de março de 2011

AGRADECIMENTO JUSTO

Eu não me canso de agradecer ao senador Jorge Viana pelos relevantes serviços prestados ao Acre nesses últimos dias. A propósito: que horas são?