segunda-feira, 27 de junho de 2011

SÃO PAULO É MAIS GAY OU EVANGÉLICA?

Como considero a diversidade o ponto mais interessante da cidade de São Paulo, gosto da ideia de termos, tão próximas, as paradas gay e evangélica tomando as ruas pacificamente. Tão próximas no tempo e no espaço, elas têm diferenças brutais.



Os gays não querem tirar o direito dos evangélicos (nem de ninguém) de serem respeitados. Já a parada evangélica não respeita os direitos dos gays (o que, vamos reconhecer, é um direito deles). Ou seja, quer uma sociedade com menos direitos e menos diversidade.



Os gays usam a alegria para falar e se manifestar. A parada evangélica tem um ranço um tanto raivoso, já que, em meio à sua pregação, faz ataques a diversos segmentos da sociedade. Nesse ano, um do seus focos foi o STF.



Por trás da parada gay, não há esquemas políticos nem partidários. Na parada evangélica há uma relação que mistura religião com eleições, basta ver o número de políticos no desfile em posição de liderança. Isso para não falar de muitos personagens que, se não têm contas a acertar com Deus, certamente têm com a Justiça dos mortais, acusados de fraudes financeiras.



Nada contra - muito pelo contrário - o direito dos evangélicos terem seu direito de se manifestarem. Mas prefiro a alegria dos gays que querem que todos sejam alegres. Inclusive os evangélicos.



Civilidade é a diversidade. São Paulo, portanto, é mais gay do que evangélica.





Texto de Gilberto Dimenstein

terça-feira, 14 de junho de 2011

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domingo, 12 de junho de 2011

ÉPOCA DAS TREVAS I

Houve um tempo na história em que a religião determinada o que era certo e errado na vida das pessoas, na sociedade. Esse tempo, em conceito bem simples e reduzido, é conhecido como Tempo das trevas, embora Jesus, como os religiosos dizem e no nome de quem cometiam as maiores atrocidades, seja o 'senhor da luz'.
Vivemos hoje um tempo de escuridão semelhante. Ter um estado laico é uma afronta, um descalabro, ainda que isso seja legal, esteja na Constituição. É um Tempo das trevas pós-moderno. Os meus textos anteriores falam bem sobre isso.
Vou continuar abordando esse assunto e me rebelando contra todo controle religioso e psicológico que tentam descaradamente impor sobre os brasileiros hoje.
Como a ditadura, o tempo da Inquisição só trouxe dor e se eu estiver errado, convençam-me do contrário.

sábado, 11 de junho de 2011

PLC 122: SIM OU NÃO?

Não sou à favor de TODO o texto da PLC 122, porque, em parte, ela fere direitos constitucionais de liberdade. Creio que é necessário que haja uma lei JUSTA que puna crimes de homofobia, sem cercear direitos já constituídos. MAS, sou totalmente CONTRA esses líderes religiosos que incutam a burrice e a falta de senso crítico na cabeça de seus seguidores.
Quem comete esse tipo de ação é criminoso e precisa de uma punição JUSTA e EXEMPLA. Veja o vídeo abaixo, com mais atenção a partir do minuto 2:00.


quinta-feira, 9 de junho de 2011

FILME "EU NÃO QUERO VOLTAR SOZINHO" É CENSURADO NO ACRE

Estou postando de um lugar onde não possível publicar o link do filme sobre o qual vou falar, mas recomendo que, antes de continuar a leitura, assista, no YouTube, o vídeo "Eu não quero voltar sozinho".

Hoje, o site AC 24 horas publicou uma matéria afirmando que "Eu não quero voltar sozinho", eleito melhor filme pelo Festival de Paulínia, foi CENSURADO numa escola em Rio Branco, capital do Acre. Isso aconteceu por que “a exibição foi levada ao conhecimento de líderes religiosos, que pressionaram políticos do estado para proibir não só a exibição do filme, mas ocasionar o cancelamento do Cine Educação. O projeto é realizado em diversos locais do país resultante de parceria da Cinemateca Brasileira, a consultoria Via Gutenberg e as secretarias estaduais.”

Confesso que estou com um nó na garganta. Mas, não é de tristeza, é de raiva.

“Este é o segundo episódio recente de um projeto educativo organizado, em parte, pelo governo, que é afetado por lobby de setores religiosos. No fim de maio, o Kit Anti-Homofobia, materiais impressos e em vídeo que seriam distribuídos a estudantes para orientar como lidar com a diferença e promover o debate em torno da sexualidade, foi cancelado por pressão da bancada evangélica no Congresso. À época, os deputados ameaçaram pressionar o já ameaçado ministro da Casa Civil Antonio Palocci, às voltas com suspeitas de enriquecimento ilícito, se o Kit Anti-Homofobia não fosse suspenso.”

Aogra, a cena se repete e o cenário escolhido é o ambiente onde a liberdade de expressão e a discussão sobre assuntos importantes como esse deveriam ocupar o palco central.

A nota enviada ao site pelo diretor Daniel Ribeiro e pela produtora Diana Almeida, diz tudo.

Dei destaque a algumas partes que merecem a devida atenção. Mas, não recebem...

“Queridos amigos e colegas,

No início da semana recebemos a notícia de que a exibição do curta Eu Não Quero Voltar Sozinho, como parte do programa Cine Educação, havia sido censurada no Acre.

O programa Cine Educação, uma parceria com a Mostra Latino-Americana de Cinema e Direitos Humanos, tem como objetivo "a formação do cidadão a partir da utilização do cinema no processo pedagógico interdisciplinar" e disponibiliza diversos filmes cujos temas englobem os direitos humanos, de modo que professores escolham quais são mais adequados para serem trabalhados em aula.

Na semana passada, no estado do Acre, uma professora escolheu o curta Eu Não Quero Voltar Sozinho e exibiu-o para seus alunos. Para aqueles que não conhecem, a trama narra a história de Leonardo, um adolescente cego que, ao logo do filme, vai se descobrindo apaixonado por um novo colega de sala.

Alunos presentes na exibição confundiram o curta metragem com o "kit anti-homofobia" e levaram a questão aos líderes religiosos, que mobilizaram políticos da região com o intuito de proibir o projeto Cine Educação como um todo. Nenhum desses representantes públicos deu-se ao trabalho de ir atrás da verdade e descobrir que se tratava de um programa pedagógico com o intuito de levar o debate sobre direitos humanos para a sala de aula. Mais uma vez no Brasil, a educação perde a batalha contra o poder assustador das bancadas religiosas e conservadoras.

Neste momento, o programa Cine Educação está paralisado. Enquanto isso, os secretários de Educação e de Direitos Humanos do Acre estão articulando com o governador a possibilidade de garantir sua continuidade, enquanto os líderes evangélicos forçam o cancelamento definitivo do programa. Pelo que sabemos, mesmo que o programa seja reativado, o curta Eu Não Quero Voltar Sozinho será excluído do catálogo e não mais ficará disponível para que professores o utilizem no debate de questões que envolvem algo tão elementar quanto a sexualidade humana e tão importante quanto a deficiência visual.

De forma arbitrária, em uma república federativa cuja Constituição atesta um Estado laico, a sociedade está sendo privada de promover debates. Como pretendemos que adolescentes consigam respeitar a diversidade e formem-se cidadãos lúcidos, pensantes e ativos se informação, arte e cultura (sem qualquer caráter doutrinário) lhes são negadas?

Eu Não Quero Voltar Sozinho não é um filme proselitista, tampouco ergue bandeiras de nenhuma natureza. É apenas uma obra de ficção amplamente premiada em festivais de cinema no Brasil e no exterior, cujos predicados artísticos e humanos transcendem qualquer crença. Ademais, se assuntos referentes à orientação sexual dos indivíduos e seus respectivos direitos civis está na pauta do Supremo Tribunal de Justiça e do Congresso Nacional, por que não debatê-los em sala de aula? Que combate sombrio é esse, que reacende a memória de um obscurantismo Inquisidor?

Produtores do Eu Não Quero Voltar Sozinho

Daniel Ribeiro e Diana Almeida”