terça-feira, 31 de maio de 2011

GAY TEM DIRETO, MAS TODO MUNDO TEM TAMBÉM

Eu concordo com a criminalização da homofobia por crer que, só assim, crimes como o da Avenida Paulista no ano passado, em que jovens foram agredidos gratuitamente por motivação fútil e preconceituosa, terão uma pena severa e específica. Mas, não é por isso que vou concordar com o fim da liberdade de expressão. Processar um apresentador de televisão por uma brincadeira, uma piada, é demais!
Esse estado policialesco que se instaura no Brasil por causa dos últimos acontecimentos que envolvem os homossexuais (aprovação da união homoafetiva, discussão sobre a PL 122, caso Jair Bolsanaro etc.) não é bom: se eu não puder expressar minha opinião, de forma séria ou cômica, será como se vivêssemos numa ditadura, em que ninguém pode dizer nada contrário ao poder vigente sob pena de ser responsabilizado criminalmente por isso.
O processo contra Marcos Mion, conhecido apresentador bizarro e sarrista, é um insulto ao bom senso e à liberdade de todas as pessoas, homossexuais ou não. Os gays precisam ser ouvidos e se impor, mas sem precisar ter um comportamento colonialista e invasor.

ACRE VOLTARÁ A TER SEU BOM E VELHO HORÁRIO. NÃO GRAÇAS AO SENADOR JORGE VIANA

Apesar da falta de interesse do senador Jorge Viana em reivindicar a efetivação da vontade do povo que quis, por voto, que a hora do Acre voltasse ao que era antes, nesta terça-feira (31) as Comissões de Assuntos Econômicos (CAE), de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) e de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovaram substitutivo do projeto de lei (PLS 91/11) do senador Pedro Taques (PDT-MT) restabelecendo o antigo fuso horário do Acre.

O senador Jorge Viana foi o único que se absteve da votação, alegando que “(a volta do horário) vai trazer atraso, criar dificuldade para os empresários e para quem precisa se comunicar ou fazer negócio com os grandes centros do Brasil.” Ele afirma que “nossa diferença de hora [2 com relação a Brasília], agora, vai trazer transtornos para quem precisa de serviços bancários, para quem gosta de acompanhar a programação das TVs. Vamos voltar a época do vídeo tape, da programação gravada e reproduzida duas horas depois... Vivemos a era da internet, da informação online e alguns políticos oportunistas são os responsáveis por tirar esse direito tecnológico da população.”

Eu fiquei surpreso com o paradoxo apresentado pelo excelentíssimo senador: exatamente por vivemos na “época da internet”, “da informação on line” é que não voltaremos à época do vídeo tape e nem os empresário – classe com a qual ele parece mais se preocupar – deixarão de fazer suas transações. Afinal, hoje, quase tudo se faz pela rede mundial de computadores. Uma prova disso é quando a Oi, operadora de internet do Acre, deixa de oferecer o sinal por motivos quase nunca explicados, ninguém pensa em televisão, as pessoas pensam em comunicação no sentido mais amplo e atual da palavra.

Falar de “direito tecnológico” quando o programa Floresta Digital ainda é uma utopia, quando ainda há escolas no estado sem internet e quando, vez por outra, a capital toda fica “sem rede” é, no mínimo, risível. Por que não há reivindicações sérias para mudar essa situação?

A luta do senador deveria ser para que o povo fosse respeitado em suas decisões e não ficar inventando histórias e misturando situações. A programação não será gravada por causa da mudança de hora, mas por conta da classificação que cada programa recebe para ser exibido em horário adequado.

Voltar ao horário antigo é mais que um direito, é uma questão de honra.

Que bom, não é senador, que temos políticos que, mesmo cheio de defeitos, ainda se conseguem pensar humanamente, acreanamente, diferente do senhor.