Outro dia, assisti a um vídeo do Xou (sic) da Xuxa, de 1986. Quem viveu essa época, deve se lembrar que um dos personagens animados, que costumava aparecer durante o programa, era o "Dengue".
Nessa mesma época, não se ouvia falar pelo Brasil - a exceção do Rio de Janeiro - da existência de um mosquito transmissor de uma doença tão perigosa. Com o passar do tempo e por conta da falta de cuidado de todos, o que era comum para os cariocas tornou-se realidade em todo o Brasil, especialmente no Acre, onde as condições do tempo são bastante favoráveis para a proliferação da moléstia.
Infelizmente, nos últimos dois anos, os casos de infestação têm crescido assustadoramente e as pessoas ainda não se conscientizaram sobre a importância dos cuidados que devem ter com a limpeza de suas casas e de que, com medidas simples, podem ajudar a combater esse mau.
Ontem, a secretária de saúde do Acre foi incisiva ao dizer que população é responsável pela proliferação dos mosquitos. Concordo. A despeito dos investimentos (ou da falta deles) em saneamento básico, são as pessoas as maiores responsáveis pelo que acontece em suas casas. Numa terra onde ainda é preciso armazenar água (seja por cultura ou mesmo por necessidade), o cuidado com a limpeza desses "utensílios armazenadores" deve ser igual ou maior à preocupação que ser tem por manter reservas suficientes desse líquido. Quantas são as residências em que a limpeza da caixa d'água nunca é feita? E isso não é por falta de informação: panfletos, comerciais de TV, spots de rádio, tudo já foi feito para alertar o povo sobre o perigo da dengue.
Agora, tem chovido quase todos os dias; água empoçada se encontra em qualquer lugar. Já não se pode mais apenas reclamar ou transferir para os outros a responsabilidade que é nossa.
As redes sociais da internet podem ajudar bastante: denunciar na rede os locais onde há criadouros do mosquito pode ajudar o poder público a chegar até eles. Basta pensar um pouquinho e, sem grandes esforços, poderemos ajudar a diminuir os casos da doença.
Esse texto parece romântico ou "mais do mesmo", mas, com ele, estou tentando alertar meus leitores para o perigo que nos cerca.
Diferente do programa da Xuxa, o Aedes Aegypti não pode tornar-se um personagem alegórico e comum.
Só quem já teve a doença quatro vezes - como eu - sabe.
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