EU QUERO MESMO É QUE SE EXPLODAM

Todo dia chove em São Paulo. Com os bueiros entupidos a água não tem para onde escorrer. Mesmo que tivesse, para onde iria? Os canais são tão estreitos que o volume de água que passa por eles é muito superior à sua capacidade de vazão. A água suja e contaminada volta para a rua em forma de chafariz. Mas, eu não sou de São Paulo. Nasci e moro no Acre. Aqui o buraco é muito mais embaixo. A capital do estado não sofre - tanto - com inundações, nem temos tanto lixo espalhado pela rua, mas isso não me faz esquecer os inúmeros problemas que ainda enfrentamos e que o poder (?) público nem se preocupa em resolver. Não vou negar que melhoramos muitos. Mas, quem não melhorou? Essa melhora é uma reação em cadeia, só ficaríamos de fora de vivêssemos como no Haití.

Embora esse seja ano eleitoral, surpreendente é a forma como os pretensos candidatos às vagas estão se comportando: nem sequer as obras com fins eleitoreiros, realizadas costumeiramente antes das eleições, estão sendo feitas. O que está havendo? Arranjaram outra forma de conseguir votos? Em São Paulo, há bairros alagados há meses. Em Rio Branco (AC), as pessoas continuam morrendo de fome, sem ter onde morar e sendo massacradas pela intensa onda de violência que assola a cidade, isso para não falar da saúde. Essa é de primeira. A primeira a ser lembrada quando se fala em caos.

Isso é o Brasil? É sim! País que não é mostrado nas caras e nababescas campanhas publicitárias dos governos. Afinal, vivemos num mundo de sonhos e fantasia, nos quais os rios correm em seus leitos e todos têm o que por sobre a mesa. Aqui a fome é zero. O que eu gostaria mesmo era saber quem escreve essa história...