terça-feira, 31 de maio de 2011
GAY TEM DIRETO, MAS TODO MUNDO TEM TAMBÉM
ACRE VOLTARÁ A TER SEU BOM E VELHO HORÁRIO. NÃO GRAÇAS AO SENADOR JORGE VIANA
Apesar da falta de interesse do senador Jorge Viana em reivindicar a efetivação da vontade do povo que quis, por voto, que a hora do Acre voltasse ao que era antes, nesta terça-feira (31) as Comissões de Assuntos Econômicos (CAE), de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) e de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovaram substitutivo do projeto de lei (PLS 91/11) do senador Pedro Taques (PDT-MT) restabelecendo o antigo fuso horário do Acre.
O senador Jorge Viana foi o único que se absteve da votação, alegando que “(a volta do horário) vai trazer atraso, criar dificuldade para os empresários e para quem precisa se comunicar ou fazer negócio com os grandes centros do Brasil.” Ele afirma que “nossa diferença de hora [2 com relação a Brasília], agora, vai trazer transtornos para quem precisa de serviços bancários, para quem gosta de acompanhar a programação das TVs. Vamos voltar a época do vídeo tape, da programação gravada e reproduzida duas horas depois... Vivemos a era da internet, da informação online e alguns políticos oportunistas são os responsáveis por tirar esse direito tecnológico da população.”
Eu fiquei surpreso com o paradoxo apresentado pelo excelentíssimo senador: exatamente por vivemos na “época da internet”, “da informação on line” é que não voltaremos à época do vídeo tape e nem os empresário – classe com a qual ele parece mais se preocupar – deixarão de fazer suas transações. Afinal, hoje, quase tudo se faz pela rede mundial de computadores. Uma prova disso é quando a Oi, operadora de internet do Acre, deixa de oferecer o sinal por motivos quase nunca explicados, ninguém pensa em televisão, as pessoas pensam em comunicação no sentido mais amplo e atual da palavra.
Falar de “direito tecnológico” quando o programa Floresta Digital ainda é uma utopia, quando ainda há escolas no estado sem internet e quando, vez por outra, a capital toda fica “sem rede” é, no mínimo, risível. Por que não há reivindicações sérias para mudar essa situação?
A luta do senador deveria ser para que o povo fosse respeitado em suas decisões e não ficar inventando histórias e misturando situações. A programação não será gravada por causa da mudança de hora, mas por conta da classificação que cada programa recebe para ser exibido em horário adequado.
Voltar ao horário antigo é mais que um direito, é uma questão de honra.
Que bom, não é senador, que temos políticos que, mesmo cheio de defeitos, ainda se conseguem pensar humanamente, acreanamente, diferente do senhor.