segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

ENEM E UFAC: O ASSUNTO DO MOMENTO

Os alunos concludentes do Ensino Médio do Acre, que prestaram o ENEM a fim de conseguir uma das mil e tantas vagas oferecidas pela universidade federal no estado, não falaram de outra coisa, nesse fim de semana, nas redes socais, que não fosse a divulgação do resultado preliminar e, depois de alguns dias, sobre a lista retificada de classificados para os cursos oferecidos pela instituição. Isso porque a UFAC cometeu alguns erros na organização dos pontos dos candidatos, o que gerou certo desconforto para alguns, cujos nomes apareceram na primeira lista divulgada e, depois, tiveram seus nomes omitidos na segunda lista. No entanto, a polêmica maior girou em torno da quantidade de acreanos classificados para os cursos, em especial o mais concorrido, o de Medicina.

Inicialmente, divulgou-se que dois acreanos haviam se classificado. Depois da correção da lista, apenas um foi apontado como aprovado, situação que, pelo andar da carruagem, pode tornar-se ainda pior. Ironias à parte, gostaria de analisar essa questão de uma forma menos emocionada e bairrista.

Bairrismo, diz-se da atitude de quem defende os interesses do bairro ou de sua terra tanto por atitudes de defesa exacerbada de suas alegadas virtudes, ou, por analogia, da terra natal de alguém. Esse foi o mau que acometeu os acreanos nesse final de semana. Muitos alegaram ser absurda a quantidade de “pessoas de fora” que foram classificadas para UFAC. Alguns, usando as redes sociais, rejeitavam de forma muito incisiva e até desrespeitosa a vinda de estudantes de outros estados, pois, segundo eles, tomaram as vagas de quem nasceu no Acre.

É até compreensível que se comportem assim: é histórico que o acreano defenda arduamente sua condição, seu status, e isso, nesse caso, se tornou bastante evidente. Mas, infelizmente, nessa situação, quem se comportou dessa maneira, agiu equivocadamente. Imaginemos o seguinte: se a situação fosse inversa, em que um aluno daqui quisesse concorrer, através do ENEM, a uma vaga na USP, por exemplo, e este fosse impedido por não ser paulista, como essa situação seria avaliada? Com certeza, diriam que é injusto, pois a vaga, através do ENEM, pode ser pleiteada por qualquer brasileiro, não importando o estado ou região onde este tenha nascido. No nosso caso, a situação é a mesma: como esta prova é aplicada nacionalmente, qualquer cidadão brasileiro, apto a fazê-la, tem o direito de inscrever-se e disputar a vaga que deseja, sem nenhum prejuízo a qualquer outro brasileiro em igual condição.

E por falar em igualdade, outra questão interessante que se discutiu na rede foi a qualidade do ensino público acreano. Afirmou-se que o Acre, em comparação aos outros estados, tem uma qualidade de ensino inferior, que as escolas são ruins, que os professores não prestam e o diabo. É certo que é dever do estado oferecer educação pública de qualidade, mas que ainda estamos longe do que se sonha em termos de “qualidade de ensino”, mas atribuir somente à escola ou ao Estado a responsabilidade pelo fracasso numa prova como ENEM é não querer olhar para si com a consciência descontaminada pelo senso comum. Analisemos: o Estado - através da escola - colabora muito para a formação do cidadão, mas é dever – eu disse DEVER – de qualquer aluno esmerar-se em seus estudos para ser aprovado em qualquer processo de classificação. Boa parte dos candidatos que hoje responsabilizam a universidade, o estado, a escola, são os mesmos que passaram pelo ensino médio acreditando que o que se vê ali não tem valor algum e desprezaram o conhecimento que se pode adquirir nessa tão importante e decisiva etapa da escolaridade básica. São esses mesmos que não aceitam normas, que desrespeitam os professores, que não levam a escola a sério e que, quando se deparam com uma situação como essa, que podia ter sido evitada se tivessem se dedicado de verdade, preferem transferir a responsabilidade para os outros, que têm, é certo, sua parcela de contribuição, mas que não podem ser vitimados pela falta de interesse de quem realmente deveria se importar, o estudante.

Aluno bom, aluno que estuda e se dedica de fato, aprova-se em qualquer exame, de qualquer lugar. De nada adianta passar três anos indo à escola, fingindo que estuda, se não há interesse e vontade e depois reclamar que não "passou" por que o estado não proveu as condições necessárias. Balela!

Eu até acho que os investimentos em educação deveriam ser maiores. Aproximadamente 8% - que é o que o Brasil destina à educação - não representa nada para um país que se tornou a 6º economia do mundo. Países mais pobres como o Chile investem o dobro no sistema educacional e têm resultados melhores nas avaliações externas.

Em minha opinião, o que tem faltado mesmo é brio, por parte dos acreanos. Em miúdos, vergonha na cara para estudar e se dedicar mais à educação. Vale lembrar que, antes, o vestibular não era mais fácil que o ENEM de hoje e só "passavam os bons”. Por que com essa nova forma de ingresso tem que ser diferente?

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

DEUS NÃO QUER O SEU DINHEIRO

Por favor, ao ver esse vídeo, não fique dizendo não tem nada a ver com isso, pois são eles que vão prestar com contas com Deus; que as pessoas dão por que querem ou que Deus vai tomar providências. Não vai.

Eu sei também que minha "denúncia" aqui não vai mudar o mundo, mas eu ainda acredito no bom senso de alguns que enxergarão o mau que faz essas igrejas que só pensam em dinheiro. Clique e veja.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

DENGUE. DE NOVO?

Outro dia, assisti a um vídeo do Xou (sic) da Xuxa, de 1986. Quem viveu essa época, deve se lembrar que um dos personagens animados, que costumava aparecer durante o programa, era o "Dengue".
Nessa mesma época, não se ouvia falar pelo Brasil - a exceção do Rio de Janeiro - da existência de um mosquito transmissor de uma doença tão perigosa. Com o passar do tempo e por conta da falta de cuidado de todos, o que era comum para os cariocas tornou-se realidade em todo o Brasil, especialmente no Acre, onde as condições do tempo são bastante favoráveis para a proliferação da moléstia.
Infelizmente, nos últimos dois anos, os casos de infestação têm crescido assustadoramente e as pessoas ainda não se conscientizaram sobre a importância dos cuidados que devem ter com a limpeza de suas casas e de que, com medidas simples, podem ajudar a combater esse mau.
Ontem, a secretária de saúde do Acre foi incisiva ao dizer que população é responsável pela proliferação dos mosquitos. Concordo. A despeito dos investimentos (ou da falta deles) em saneamento básico, são as pessoas as maiores responsáveis pelo que acontece em suas casas. Numa terra onde ainda é preciso armazenar água (seja por cultura ou mesmo por necessidade), o cuidado com a limpeza desses "utensílios armazenadores" deve ser igual ou maior à preocupação que ser tem por manter reservas suficientes desse líquido. Quantas são as residências em que a limpeza da caixa d'água nunca é feita? E isso não é por falta de informação: panfletos, comerciais de TV, spots de rádio, tudo já foi feito para alertar o povo sobre o perigo da dengue.
Agora, tem chovido quase todos os dias; água empoçada se encontra em qualquer lugar. Já não se pode mais apenas reclamar ou transferir para os outros a responsabilidade que é nossa.
As redes sociais da internet podem ajudar bastante: denunciar na rede os locais onde há criadouros do mosquito pode ajudar o poder público a chegar até eles. Basta pensar um pouquinho e, sem grandes esforços, poderemos ajudar a diminuir os casos da doença.
Esse texto parece romântico ou "mais do mesmo", mas, com ele, estou tentando alertar meus leitores para o perigo que nos cerca.
Diferente do programa da Xuxa, o Aedes Aegypti não pode tornar-se um personagem alegórico e comum.
Só quem já teve a doença quatro vezes - como eu - sabe.