O quadro negro da educação escolar brasileira
A Revista Veja publicou, na semana passada, uma reportagem a respeito da educação brasileira baseada em pesquisa que encomendou à CNT/Sensus. De modo bem resumido: o resultado aponta que o ensino escolar brasileiro é aprovado por professores, pais e alunos tanto da escola pública quanto da privada.
Qual o problema de tal parecer de todos os envolvidos na questão do ensino escolar? É que o resultado das avaliações das quais o alunado brasileiro participa mostra que o conhecimento que eles têm é de baixo, bem baixo nível, comparado ao de alunos de outros países. Só como exemplo: o Brasil está em 52º lugar em ciências e em 53º em matemática em uma lista de 57 países. Isso quer dizer que os melhores alunos brasileiros ficam nas últimas colocações em tais avaliações.
O que os pais podem fazer para ajudar a melhorar esse quadro? Em primeiro lugar, cobrar da escola que seus filhos freqüentam que esta ensine aos seus alunos - e exija a realização diária - os requisitos necessários ao trabalho intelectual. Atenção, concentração, persistência, esforço são, entre outras características, aspectos importantes do aprendizado. Disciplina para e pelo trabalho é o que deve ocorrer na escola.
Quando entro em uma sala de aula e vejo alunos fazendo lições ou assistindo à aula balançando constantemente a carteira, brincando com o material desnecessário que carrega consigo, sentados de qualquer maneira e conversando freneticamente, constato que a disciplina para o trabalho intelectual não faz parte da exigência dos professores. E isso não se pode esperar que o aluno aprenda em casa porque é na escola que ele se inicia nessa função.
Outra coisa que chama muito minha atenção é que, quando o professor faz alguma pergunta a respeito do que está ensinando e os alunos respondem, os argumentos usados por eles são muitas vezes vazios de sentido, a linguagem é rasa e, mesmo assim, os professores aceitam o que os alunos dizem sem observação alguma.
Por outro lado, os pais precisam de distanciamento da escola para ter uma visão crítica do trabalho que ela realiza. Hoje, o mais comum é que os pais desenvolvam uma afetividade pela escola muito estimulada pela proximidade com os profissionais que lá trabalham, que os alunos aprendam a gostar dos professores e, assim, a submissão aos afetos compromete a visão crítica do que lá acontece.
Precisamos e podemos mudar, mesmo que vagarosamente, esse quadro. As novas gerações brasileiras merecem um ensino melhor, praticado com seriedade e o rigor que o conhecimento exige. A hora de brincar na escola é a hora do recreio. Durante as aulas, é hora de trabalho, trabalho e mais trabalho.
Como eu já disse, as crianças não são de cristal: elas agüentam, sim, aprender e estudar sem que o clima da sala de aula seja parecido com o do recreio.
Por Rosely Sayão em http://blogdaroselysayao.blog.uol.com.br/ em 26 de agosto de 2008
3 comentários:
É isso aí Vitor! Vc tem toda razão... Precisamos ficar mais alertas quanto a essas questões! Bjãoo... =D
Não condeno a classe docente, mas grande parte dela está desmotivada psicológica e financeiramente para exerceu tal nobre ofício, o que acaba prejudicando a passagem do conhecimento aos alunos.
Por outro lado, tem a displicência dessa "geração orkut/msn" que só quer saber de fofocas, ipods e beijar na boca.
Se o a cobrança e o incentivo não foi iniciado em casa, vai continuar sendo difícil para todos, ou seja, professores, alunos e pais.
[[bom texto]]
[]'s
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Concordo...
Não cabe somente a classe docente esta "culpa"...
Não faltam más notícias na área de educação.
Existem as boas também.
Num tema tão vasto, o mais difícil é saber para onde estamos indo...
O mais interessante e quando resultados são mostrados, sempre se procuram os culpados...
Cadê os pais destas discentes?
Rs..enquanto isso os filhos estão em casa, na Tv, internet ou até mesmo estudando...
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