domingo, 29 de agosto de 2010

SÉRIAS CONJECTURAS SOBRE AS QUEIMADAS NO ACRE

Há algumas semanas, o governo do Acre lançou uma campanha contra as queimadas com o apoio do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Exército, polícias Militar e Federal, Ministério Público Estadual e Federal, Força Nacional, prefeituras, IBAMA, IMAC, Sema e outras secretarias estaduais. Ufa, quanta gente! Era uma tentativa de combater o aumento da nuvem de fumaça que cobria a capital Rio Branco e outras cidades adjacentes. Apesar da evidente necessidade da campanha, as autoridades que cuidam das questões ambientais alegavam que a maior parte da fumaça que cobria a cidade e dificultava a respiração (quase que sufocava mesmo!) e a visibilidade vinha de outros estados como Rondônia, Mato Grosso e até mesmo do país vizinho, a Bolívia. Mesmo assim lá se foram todos... A campanha foi pra rua. Quando isso aconteceu, “misteriosamente” a fumaça (‘produzida em grande escala por outros estados, lembrem bem) começou a desaparecer. Parecia mágica. Dia a dia ia se vendo de novo o céu azul e a brancura das nuvens no céus (Que romântico!). Até voltou a chover, o que não costuma acontecer nessa época do ano. O que mais me chamava a atenção era que aqui no Acre não se queima, mas uma campanha como essa era necessária para, talvez, comover os outros governadores que rapidamente resolveram o problema por lá e, consequentemente, por cá. Isso não é ótimo?!

Pelo amor da vaca-parrida, ainda tem gente que acha que o povo é burro: a fumaça era daqui mesmo! Todo mundo sabe que quando chega essa época do ano os grandes pecuaristas (em sua maioria amigos de políticos) aproveitam a estiagem para queimar suas fazendas para transformá-las em pastos. Somadas às condições do tempo e dos incêndios urbanos, as queimadas em grandes áreas rurais são as grandes responsáveis pela contaminação do ar que respirávamos há poucos dias!

Agora que a fumaça acabou (em sua grande parte), 'tá todo mundo feliz. Dá até pra dançar na chuva pra celebrar o grande feito. Mas, acreditem, os culpados são os outros. Afinal, aqui, a despeito da péssima saúde, da violência gritante e do quase caos no abastecimento de água na capital, o Acre é o melhor lugar para se viver na Amazônia, dizem.

Imagens: Blog do Altino. Veja mais aqui e aqui e principalmente aqui, só pra ter certeza de onde vinha a fumaça.

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