Quase nunca eu faço isso, esclarecer pontos mal entendidos dos meus textos. Penso que ler é muito mais do que tentar entender o que autor de um texto quis dizer, é, também, atribuir sentido e por esse segundo e forte motivo que não volto para explicar o que já disse, tanto por que minhas intenções podem ter mudado quanto por que, na maioria das vezes, elas não convergirão no sentido de quem lê, e aí está a maior magia da escrita e da leitura. Mas como, dessa vez, houve muito ruído na comunicação e em resposta ao comentários recebidos no texto anterior, eis alguns pontos de 'claridão':
Primeiro (.): eu conheço bem o significado do termo “Liberdade de expressão”, não o confundo com nada e nem com ninguém, pelo contrário, luto por ele, ainda que silenciosamente, todos os dias aqui nesse espaço e nos outros meio pelos quais eu transito. Ainda que não me fosse garantido por lei, brigaria assim mesmo e faria valer a minha vontade de dizer o que penso e de, enriquecedoramente, ouvir o que pensam os outros. Ter liberdade de expressão, na verdade, é uma via de mão dupla, sobre a qual adoro caminhar.
Segundo (.): A utilização de termos considerados “pobres culturalmente” não pode ser considerado um equívoco ou uma afronta às normas padrões do bom-escrever. Isso por que todo bom jornalista (todo bom escritor) sabe que a fala precedeu a escrita, portanto é natural se apropriar de jargões e ditos populares e utilizá-los em textos escritos com o fim único de torná-lo mais inteligível. Aí esta outra importante característica de um bom texto: ele precisa ser claro e/ou comunicar com objetividade sua mensagem e, para isso, utilizar-se de recursos lingüísticos, estruturais ou semânticos é fundamental. Um bom texto não é aquele cheio de firulas da norma, mas aquele que prende sua atenção até o final, como esse, por exemplo. O texto anterior a este – Quando bicha quer, bicha faz mesmo – gerador desse "impasse compreensivo", além de ser uma releitura de um texto já publicado, não está direcionado a ninguém especificamente e mesmo que estivesse, não há nenhuma obrigação – profissional ou estilística - que me leve a publicar quem o seja. O texto dirige-se a todos, principalmente a mim, por ser fruto da minha reflexão sobre o tema central identificado facilmente após uma leitura atenta. E eu disse l e i t u r a. Se há alguém atingido por meus pensamentos o primeiro sou eu e que bom que é assim!
Terceiro (.): O texto que trata da Expoacre – texto este que não é meu, mas do professor Aldo Nascimento, com quem concordo plenamente – não é um ataque a nada, mas uma declaração verdadeira sobre o que acontece todos os anos em nossa capital. O fato de sermos incoerentes – principalmente com relação a questões ambientais- é aceitável, mas paradoxais, jamais. Ou é Chico ou é o boi. Caso contrário, não seremos coisa alguma e isso ninguém quer, todo mundo que ser alguma coisa.
Ultimo (.): No que tange a elegância, ela não se compra: conheço pessoas paupérrimas financeiramente, mas que têm uma nobreza nata, são superiores sem fazer nem um esforço. Mas, fora isso, que ainda é senso comum, há também a elegância que se aprende, cuja característica principal é posicionar-se de modo condizente àquilo que se aconselha. Concordo que a vida não e cheia de flores, mas, incrivelmente, as mais bonitas têm espinhos em seu caule, e temos que arrancá-los como estou fazendo agora, delicadamente. Isso também é elegância. E (.) final.
P.S: a irônia é sempre boa!
2 comentários:
Falou e disse!
Adoreei.
;)
Caro sr. Vítor Farias
Fico lijongeada pelo novo texto. Mas não era necessário.
Eu respeito o seu espaço, no caso este blog, e apenas dei a minha opinião.
Seja neste ou em outro espaço sempre me expressarei ao ler conteúdos que atinjam o que norteia minhas convicções.
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