Ler é extrair e atribuir sentido. A escola ensinou - ou as pessoas aprenderam sozinhas - que entender o que um texto diz é sair atirando para todos os lados para ver se acerta. E não é! Se o leitor não consegue, minimamente, extrair do texto o que o autor quiz dizer, nao houve leitura. Se não foi possível lançar sobre o texto um olhar crítico de sugestão, exposição ou inquisição, a leitura não estará completa. A questão é que a maioria das pessoas finge que lê: apenas passam os olhos sobre as palavras de um texto e já saem dizendo que entenderam tudo, que sabem de tudo e o que é pior, que podem opinar sobre ele.
Embora ler não seja um treinamento para uma maratona, requer certa dedicação. Ainda que o tempo que temos hoje seja relativamente escasso, os que ainda se debruçam sobre a leitura devem fazê-lo com atenção afim de não tirar conclusões precipitadas sobre os textos - orais e escritos - que leem e que circundam nossa vida o tempo todo, afinal tudo é texto, tudo tem uma intenção.
Ler é uma atividade extremamente rica e complexa, que envolve não só conhecimentos fonéticos (que trata dos sons da fala humana) ou semânticos (trata do sentido das palavras de uma língua), mas também culturais e ideológicos. Pode ser um processo de descoberta, uma tarefa desafiadora, ou mesmo lúdica, porém, será sempre uma atividade de assimilação de conhecimentos, de interiorização, de reflexão. Mais que decodificação, a leitura é uma atividade de interação, em que leitor e texto interagem entre si, obedecendo a objetivos e necessidades socialmente determinados.
Toda interpretação desprovida de releituras e reflexões terá um fim catastrófico para quem se aventura a viver no mundo letrado atual. Fechar-se num mundo de reflexões isoladas é muito mais que ignorância, todavia, tolerável pois nos permite descobrir o que não sabemos.
2 comentários:
Obrigado pela comentário, Vítor. Também estarei acompanhando o seu blogue. Abraços!
Você escreve cada dia melhor.
Parabéns!!!
Onde andará meu Aurélio???
kkkkkkkkkkk
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