terça-feira, 15 de setembro de 2009

APOLOGIA? EU, NÃO!

Alguns mais 'ortodoxos' dirão que estou fazendo apologia às práticas homossexuais (pervertidas, no seu modo de dizer). Não é isso. Quero apenas acompanhar o debate, pequeno ainda, que se abre nesses dias em que acontece a Semana da Diversidade em Rio Branco (Acre) Este é o momento do ano em que, além de festas especiais direcionadas ao público gls, se promovem discussões sobre os direitos dos homossexuais. E é exatamente sobre isso que quero falar, sobre os debates. Brasileiro, gay ou não, só sabe reclamar (na grande maioria dos casos só reclama e nada faz) seus direitos quando se sente lesado em algum deles. Com os gays a coisa fica ainda mais difícil. Vejo nos muitos lugares que frequento - academia, trabalho etc. - a dificuldade que têm algumas pessoas de entenderem que, a despeito da questão sexual, os homo afetivos são exatamente iguais à quaisquer outros cidadãos do nosso país. Vivemos um momento de intensos embates políticos, nos quais muito do que se discute se resolve na conversa e na apresentação de boas e exequíveis propostas. É o que falta para esse segmento da sociedade: discussão de seus problemas e sugestão de melhoria. Não adianta reclamar em pequenos nichos, em beira de esquina ou em mesa de bar e dizer que gay é discriminado, é xingado, é desrespeitado, que não é aceito, isso não vai resolver. Os gays - e falo dos da minha cidade - preocupam-se mais com a roupa que irão usar na festa em que o gogo-boy bonito vai se apresentar do que em participar de plenárias. Seja por medo ou vergonha, esquivam-se de um direito que também lhes pertence, o direito de falar o que pensam, de serem ouvidos, de serem, de fato, cidadãos. A Parada do Orgulho Gay será muito divertida, eu imagino, mas, mais salutar que isso, é não se ver desamparado na hora em que a coisa aperta e não há ninguém para dançar a música triste que embala difíceis momentos de quem é homossexual. E creia, embora tudo pareça ser festa, eles existem. Por isso, essa é a hora de expor razões equilibradas, argumentos plausíveis, ponderações convincentes. I WILL SURVIVE (download) terá mais sentido...

Um comentário:

Alex Siqueira disse...

Posso dizer que o texto realmente me deixou pensativo.. mais que o de costume. (rs)
A única coisa que posso fazer é concordar com tudo o que você disse.. mas e depois?
Aí é onde mora o problema, "e depois?", isso acontece com a grande maioria das pessoas na hora de lutar por uma causa justa, sendo o beneficiado ou não.. E se não for então, a coisa complica mais ainda!
Eu digo por mim mesmo, durante a semana da diversidade a única coisa da qual eu quis saber foram das festas e nada mais, embora eu não tivesse planejado ir a nenhuma festa, acabei indo a pelo menos 3, e pior, pegação foi o que não faltou.
Uma solução que poderia melhorar pelo menos 70% toda essa situação seria uma conscientização desde cedo acerca do assunto. Não diria tão cedo como crianças/adolescentes no ensino fundamental, mas pelo menos adolescentes do ensino médio já terem palestras e atividades que os deixasse mais a vontade para falar do assunto e fazer com que deixassem o pensamento MINÚSCULO de achar que homossexualidade é coisa de outro de mundo.
Enfim, talvez seja tudo acomodação mesmo. Começo a querer fazer minha parte.
Bom texto, abraço.