Ontem, vi no Fantástico a previsão dos místicos sobre a atuação do Brasil nesta copa. A reportagem dizia que as previsões deixam qualquer torcedor confuso. Nas apostas, ninguém acredita que time brasileiro possa ser campeão. Se eu fosse eles, ou melhor, se eles conhecessem a realidade deste nosso país, não acreditariam também. Como Aldo escreveu em seu blog, somos penta campeão nesse esporte tão popular por aqui, temos craques maravilhosos, mas não temos capacidade nenhuma para lidar com nossas mazelas sociais. Há países que não possuem esses títulos, mas que oferecem ao seu povo melhores condições de vida. Não é o caso do Brasil.
Agora, não se fala em outra coisa: não existe mais corrupção, fome, nem violência descontrolada, tudo ficou para trás, acabou. A copa é uma catarse (falsa). Assusta-me pensar que, passado esse tempo e cansados de tanto gritar por algo que não resolve nossos problemas, virão as eleições e quem terá disposição para ouvir os canditados ou para discutir suas propostas (se é que eles realmente as têm).
Eu não sou contra a copa – como se minha contrariedade mudasse alguma coisa – mas, posiciono-me incisivamente contra a fantasia que criam em nossas vidas nesse tempo. Acredito que podemos torcer celebrar, gritar até, mas esquecer o que somos, o que temos e, principalmente, o que não temos não dá.
Ainda bem, que o “Ficha Limpa” foi aprovado. A maravilhosa visão copa não cegou todo mundo.
Um comentário:
Te entendendo e sinto o mesmo.É preocupante que um país desse tamanho, com tantas mazelas e problemas pendentes pare durante eventos como Carnaval e Copa do Mundo. A mídia emburece junto com o povão... A cobertura jornalística beira a imbecilização total... 15 minutos narrando as origens de jogadores,os hábitos alimentares dos bichos das florestas africanas ou 'reinventando' novos vocábulos e formas de falar, por exemplo, por que agora o cornetão DEVE ser chamado de vuvuzela? Só porque a Globo achou por bem instituir essa bobagem? Venhamos e convenhamos,às vezes a TV faz um mal danado aos neurônios, né não?!
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